The Voice Of The People

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Reemah

Nos últimos anos as Ilhas Virgens Americanas, formada por St. Croix e St. Thomas revelaram para o mundo uma safra de artistas que passaram a ser conhecidos e presença garantida nos maiores festivais de Reggae do mundo. Esses artistas são Midnite, Bambu Station, Dezarie e Ras Attitude.
Essa geração de novos ícones do Reggae continua com Reemah, a nova sensação de St. Croix, uma das mais talentosas cantoras que já saiu das Ilhas Virgens. Com musicas conscientes e uma performance “cativante e cheia de vibrações”, Juliette Vanterpool (Reemah) despertou para um sucesso instantâneo e imediato em escala internacional, com seu primeiro álbum “Check Your Words” lançado em 2012.
Ate o lançamento do seu primeiro álbum, a voz de Reemah só tinha sido ouvida em algumas coletâneas produzidas pelo Bambu Station, as famosas “Talkin Roots”. A primeira aparição dela como cantora foi em um dueto na música “Chance to Grow” do Bambu Station, que já no inicio de sua carreira rendeu shows nos Estados Unidos, Hawaii e Porto Rico. Logo Reemah se tornou a nova sensação do Reggae das Ilhas Virgens, após o lançamento de seu primeiro single “War”, que também rendeu um belo videoclipe. Ela imediatamente foi confirmada no Reggae The River, o maior festival de Reggae dos Estados Unidos.
Reemah é professora, letrista, filosofa e uma campeã da consciência e dos poderes da mente, ela representa a plenitude da experiência St. Croix. Multitalentosa em todos os sentidos, Reemah decidiu sair para o mundo, mostrando sua mensagem e tudo o que é real para ela.
Ela mostra tudo isso no seu álbum de estreia “Check Your Words” (2012), em belíssimas canções como “Try Love”, “Hypnotize”, “Better Way”, “War”, “In Dem Purse”, “No Questions”, “Judgement Red”, “Jah World”, “Live in Love”, “Due Time”, a título “Check Your Words”. Uma estreia repleta de sucessos, um peso que a colocou rapidamente no cenário Reggae Internacional.

Em entrevista a Surforeggae, Reemah disse que escreve as sua próprias canções. – “Eu gosto de falar de assuntos que procuram quebrar a submissão das pessoas a uma maquina conhecida como o sistema. Alguns desses tópicos incluem religião, política, violências, competição e muito mais. Eu acredito que o amor, primeiro por nós mesmos e então pelo próximo, apesar de todas as nossas diferenças, é a única forma de diminuir o sofrimento. Também gosto bastante de escrever músicas com mensagens positivas que clamam para que nos ajudem e que cada um de nos espalhe a mensagem de amor para todos”. – diz Reemah.
Ainda em entrevista a Surforeggae, Reemah disse que a música Reggae sempre tocou em sua casa enquanto ela crescia, ela sempre gostou das letras das músicas e da criatividade dos artistas que ouvia. Ela sempre escutou e ainda escuta bastante artistas como, Bob Marley, Buju Banton, Gregory Isaacs, Garnett Slik, Sizzla e Anthony B.
Uma das grandes notícias desse ano foi a confirmação da turnê de Reemah pela América do Sul, e já no próximo mês ela desembarca no Brasil, onde fará shows com Groundation e Mato Seco em diversas capitais brasileiras. Poderemos ver de perto a bela voz e mensagens positivas de Reemah, e porque conquistou o publico e foi aclamada nos maiores festivais dos Estados Unidos e Europa.
"O amor é a única verdade". - Reemah
“Eu não fazia ideia de que os brasileiros dariam tanto apoio a minha música. É maravilhoso ver que mesmo com a barreira da linguagem, as pessoas na América do Sul continuam demonstrando tanto amor. As vibrações da música quebraram a barreira da comunicação”.

Nessa passagem pelo Brasil, Reemah também irá conhecer o calor do público brasileiro e poder ver como levamos a sério a mensagem do Reggae desde Bob Marley até as novas vozes do Reggae atual, e porque tantas bandas do Reggae internacional sempre retornam ao Brasil, é o caso do SOJA e Groundation, velhos conhecidos do público brasileiro, que já fizeram shows por aqui no primeiro semestre desse ano e agora estão retornando para mais shows nesse fim de ano. Outras grandes bandas estarão aqui no Brasil, como Israel Vibration, Alpha Blondy, Alborosie, velhos conhecido do público e que também conhecem a paixão dos brasileiros pela música Reggae. Seja bem vinda Reemah!

  • DATAS DA TURNÊ


09/10 – Vitória/ES - Ilha Shows (Groundation, Reemah e Mato Seco)

10/10 – Juiz de Fora/MG – Cultural (Groundation Bob Marley Tribute e Reemah)

11/10 – Salvador/BA – Bahia Café Hall (Groundation Bob Marley Tribute, Criolo e Reemah)

12/10 – Guarulhos/SP – Internacional Eventos (Groundation, Reemah, Planta e Raiz, Nazireu Rupestre, Jah Live, Du’casco)

16/10 – Curitiba/PR – Local a confirmar (Groundation, e Reemah)

17/10 – Porto Alegre/RS – Opinião (Groundation e Reemah)

18/10 – Rio de Janeiro/RJ – Circo Voador (Groundation, e Reemah)

19/10 – Recife/PE – Clube Português (Groundation, Reemah e Gravação do DVD Mato Seco)

20/10 – João Pessoa/PB – Clube Cabo Branco (Groundation, Reemah e Mato Seco)

25/10  Brasília/DF - Minas Tenis Clube (Groundation Bob Marley Tribute, Reemah, Mato Seco e Cone Crew)

26/10 – Feira de Santana/BA – Estação da Música (Groundation, Reemah e Mato Seco).

Fonte:
www.surforeggae.com.br/noticias.asp?ID=2242
www.reggaeraiz.com.br/noticia-233-groundation-e-pela-1-vez-no-brasil-reemah-confirmados-na-america-do-sul-novas-datas-html

Download da Semana (36) – Reemah – Reemah (Promo)

Reemah desembarca no Brasil no mês de outubro onde já tem uma extensa lista de shows confirmados. Para quem ainda não conhece o ótimo som dessa nova sensação do Reggae, o download da semana é um álbum promocional lançado para promover o trabalho da cantora antes do lançamento oficial de seu primeiro álbum, “Check Your Words” (2012). Esse álbum “Promo” tem varias canções que vieram no seu primeiro álbum, como “Try Love”, “Better Way”, “War”, “Im Dem Purse”, “Judgement Red”, “Wanderaz”, “Jah World”, além da canção que a projetou “Chance to Grow”, em parceria com a banda Bambu Station. Vale a pena baixar esse ótimo álbum da Reemah e viajar nas excelentes canções e mensagens positivas, além de sua belíssima voz, marcante e estonteante.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Dezarie

Dezarie é uma cantora de reggae, nascida em St. Croix, Ilhas Virgens Americanas. Ultimamente as Ilhas Virgens tem sido o berço de grandes bandas do reggae roots mundial, como Midnite e Bambu Station.
Dezarie se destacou pelo poder vocal e seu indiscutível talento. A cantora é daquelas que possui uma voz característica, com identidade, sendo fácil reconhecer sua música logo nos primeiros toques. É uma mistura de reggae roots com toques de rap ou dancehall. Se não bastasse sua voz incrivelmente afinada, Dezarie conquistou seu espaço no cenário reggae por uma parceria de respeito. Seus álbuns “Fya” (2001) e “Gracious Mama Africa” (2003) foram gravados com a banda Midnite, uma das melhores do reggae, um peso implacável. Ron Benjamin, irmão de Vaughn e baixista do Midnite, também é seu produtor e participa das apresentações da “Diva do Reggae”.
Dezarie é uma ótima opção para quem gosta de um som pesado e atitude, somados a uma voz perfeita e marcante, sendo uma experiência incrível para quem acompanha seus shows, por isso ela conquistou não só os amantes do reggae, mas também fãs de outros gêneros e que apreciam musicas de qualidade.
O seu álbum de estreia foi lançado em 2001, intitulado “Fya”. Logo surpreendeu os fãs do reggae roots e agradou também a crítica. O álbum trazia grandes sucessos instantâneos como, “Omega”, “ Don’t Cry”, “Most High”, “Zion”, além da titulo “Fya”. Canções fortes em suas mensagens e perfeitas melodias. Logo Dezarie recebeu o premio “Best New Female Reggae Artist” (Melhor Revelação Feminina do Reggae) em Atlanta no ano de 2001. O disco Fya também plantou sementes para o seu segundo álbum que viria a ser outro grande sucesso. O álbum era “Gracious Mama Africa”, lançado em 2003, trazendo um som pesadíssimo, com a voz inacreditável de Dezarie a um nível alto, novo, inteiro, em alturas mais elevadas. O álbum trazia grandes sucessos como, “Gone Down”, “ Poverty”, Strengthen You Mind”, “Justice”, “Exhalt”, “Mother And Child”, “Travelers”, a título “Gracious Mama Africa”. Um álbum que traz essa quantidade de sucessos com certeza figurava entre os melhores do ano de 2003, e Dezarie já alcançava um patamar de destaque entre os grandes nomes da música reggae, com grandes sucessos já na boca dos amantes do reggae, sendo aclamada por onde passava, além de sua performance e presença de palco incontestáveis.
O terceiro álbum de inéditas de Dezarie só viria cinco anos mais tarde, em 2008, intitulado “Eaze the Pain”. Outro grande sucesso da Diva do Reggae, em canções como “Always Remember You”, a título “Eaze the Pain”, “Real Luv”, “Concern”, “Angels”, “Set The Flame”, “Anotha Revolution”, “What a Mornin”, “For The People By The People”, era mais um álbum repleto de sucessos.
Em 2010 além do álbum “Live in Paris” que trazia uma coletânea de grandes sucessos de Dezarie, gravados em um grande show em Paris, França, teve também o lançamento de um álbum de inéditas, o “The Fourth Book”, mais discreto com canções como, “Ghettos of Babylon”, “Tryian to be God”, “Children of the Most High” e a belíssima “Everyday”.
A força e o poder de Dezarie são indicados na sua condenação da civilização opressora, em sons como “Gone Down”, “Not One Penny”, “Law Fe De Outlaw”, “Slew Dem An Don” e “Judgment Come”, todos são perfuradores conscientes que penetram na alma. Dezarie se destaca no cenário do Reggae Internacional com seu Reggae Roots combinado com sua voz hipnótica e incontestável, com uma banda roots, pesada como a do Midnite. Místico, intenso e profundo, assim se define o som da banda, ouvir Dezarie é revitalizar o espirito, com certeza o intimo de sua alma vai cantar e exaltar a Jah, canalizando vibrações e energias positivas na pratica do bem, no amor ao próximo e ao planeta.

Os fãs brasileiros podem ficar felizes, pois na próxima semana a Diva do reggae desembarca no Brasil, onde mais uma vez poderemos sentir o poder de sua música ao vivo, em uma daquelas experiências inesquecíveis que Dezarie nos proporciona.

Download da Semana (35) – Dezarie – Gracious Mama Africa + Eaze The Pain

A Diva do Reggae chega ao Brasil na próxima semana, em especial o download da semana traz dois grandes álbuns da Dezarie. O primeiro é “Gracious Mama Africa” (2003), repleto de sucessos, entre eles “Gone Down”, “Poverty”, “Strengthen You Mind”, “Justice”, “Exhalt”, “Mother And Child”, “Travelers” e a título “Gracious Mama Africa”. O segundo é “Eaze The Pain”, entre os sucessos estão “Always Remember You” , “Real Luv”, “Concern”, “Angels”, “Set The Flame”, “Anotha Revolution”, “What a Mornin”, “For The People By The People” além da título “Eaze the Pain”. Dois grandes álbuns que vale a pena baixar.


  • Gracious Mama Afirca


  • Eaze The Pain

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Peter Tosh

Um dos fundadores dos Wailers, formando o trio principal do grupo com Bob Marley e Bunny “Wailer” Livingston. Seu trabalho com a banda e álbuns solo como “Equal Rights” ajudaram a tornar o reggae um sucesso internacional. Sempre franco e desafiador, era conhecido por denunciar o Apartheid, a corrupção governamental e pedir a legalização da maconha. Colegas e fãs classificam o guitarrista e cantor esguio como um artista hipnotizante e carismático. Ele é Winston Hubert McIntosh, mais conhecido como Peter Tosh!
Peter Tosh nasceu no dia 19 de outubro de 1944, em uma comunidade pobre de Westernmost, Jamaica. Embora seu pavio curto o metesse frequentemente em confusões, o jovem McIntosh começou a cantar e a tocar guitarra bem cedo, inspirado pelas estações americanas que ele conseguia sintonizar em seu rádio.
Aos 15 anos ele se mudou para Kingston, capital da Jamaica. Não demoro muito e conheceu Bob Marley e Bunny Wailer, era o começo de uma grande amizade que os viria a se juntar mais tarde como um trio vocal. O trio começou a se aventurar na música e Tosh, sendo o único com algum conhecimento de voz e instrumentos, ensinou os princípios básicos aos dois companheiros. Surgia assim no inicio da década de 60, o “Wailing Wailers”, que em 1965 já tinha nada menos que cinco músicas na parada de Top 10 da Jamaica. Em 1966, quando Bob Marley retornou dos Estados Unidos, os três passaram a se envolver com o Movimento Rastafári, mudando o nome da banda para “The Wailers”.
A boa aceitação do público e das rádios despertou o interesse de Chris Blackwell, um dos fundadores e presidente da Island Records, que assinou contrato com o The Wailers em 1972. O contrato rendeu o lançamento do primeiro disco da banda, o “Catch a Fire” (1973), que tinha Peter Tosh no vocal em “Stop That Train” e “400 Years”. No mesmo ano eles ainda lançaram outro grande disco, “Burnin’”. A carreira da banda começou a deslanchar, eles abriram shows de grandes nomes da música, como Marvin Gaye e The Jackson Five. Ainda em 1973, Tosh se envolveu em um grave acidente, onde o seu carro caiu de uma ponte, matando sua namorada e deixando Tosh com uma grave fratura no crânio.
Em 1974, após imposições da gravadora, o nome do grupo mudou para “Bob Marley & The Wailers”, na mesma época eles estavam em turnês gratuitas para promover a banda na Europa e Estados Unidos, mas devido ao pouco valor e tratamento que a gravadora dava a eles, Peter Tosh e Bunny Wailer, que também tinham potencial para o vocal, acabaram deixando a banda. Eles achavam que eram injustiçados por Chris Blackwell, a quem Tosh considerava “pior que os brancos”.
Dois anos depois, em 1976, Tosh lançou o seu primeiro disco solo, o “Legalize It”. O hit que intitulava o LP rapidamente tornou-se um hino a favor da liberação da maconha. O controverso hit foi imediatamente proibido nas estações de rádio jamaicanas, mesmo assim foi um dos discos mais vendidos da historia da música jamaicana. Em 1977, Tosh lançou o disco “Equal Rights”, tentando obter reconhecimento das massas e mantendo seu ponto de vista militante.
Tosh além de ser um dos pioneiros do Reggae/SKA, era conhecido pela sua militância, por ser bem instruído, não ficava calado diante de injustiças e fatos que não o agradavam, o que frequentemente o colocava em confusões. Tosh foi possivelmente a figura mais controversa do reggae.
Em 1978, durante um show no “One Love Peace Concert”, ele acusou publicamente os lideres jamaicanos e a classe media de apoiarem a brutalidade da policia e as guerras entre gangues, num lendário discurso de 20 minutos. Peter Tosh foi agredido violentamente pela policia (confirmando o seu discurso), a mídia do país criticou duramente o seu discurso, diante de 200 jornalistas estrangeiros e o primeiro-ministro. Tosh apanhou da policia em varias ocasiões, ganhando 32 pontos na cabeça, uma costela quebrada, um braço fraturado e uma perfuração no baço, nesse incidente de 1978, dizem que ele apanhou quase até a morte. O que nunca o impediu de falar o que pensava e denunciar injustiças.
Após o fato, Peter Tosh saiu de seu país, rumo aos Estados Unidos. Mick Jagger, admirador do músico, o convidou para se afiliar a editora Rolling Stones, desta colaboração foi lançado o disco “Bush Doctor”, com um dueto entre os dois. Eric Clapton também era um grande fã do jamaicano e os dois gravaram juntos a música “Watch You Gonna Do”.
Em 1981, Tosh Lançou o disco “Mama Africa”, que inclui a brilhante canção que dá nome ao disco e claro, a conhecidíssima “Johnny B Good”, uma versão do clássico de Chuck Berry. Dois anos depois, Tosh embarcou para a África em busca de ajuda espiritual, onde passou quatro anos fazendo alguns shows, mas sem nenhuma gravação inédita. Após esse período entre 1983 à 1987, Tosh lançou o disco “No Nuclear War”, que lhe rendeu um Prêmio Grammy de “Melhor Álbum Reggae do Ano”. Tosh estava de volta a cena musical, seu novo disco além do Prêmio Grammy, teve boa aceitação. Mas, infelizmente, no dia 11 de setembro daquele ano, aos 42 anos, Tosh foi assassinado em sua casa. Sempre se falou em assalto, mas para um homem que era monitorado pela CIA, a sua morte era muito suspeita, pois foi provado que a CIA monitorava Peter Tosh, além de outros cantores rastas que tinham muita influência sobre as pessoas como Bob Marley.
A verdadeira causa do assassinato nunca foi revelada, nada foi roubado da sua casa naquele dia, o rasta tomou seis tiros na cabeça. O que a justiça aceitou foi que seria um assalto a fim de dinheiro do cantor. A policia prendeu um tal de Dennis “Leppo” Lobban, um bandido raso, que está preso até hoje, e nunca mais se falou sobre o caso.
Enquanto Bob Marley revolucionava a música com sua mensagem de “positive vibrations”, Peter Tosh era mais radical, ele ficou famoso pela frase: “não queremos paz, queremos justiça e direitos iguais”. “The stepping razor”, como era chamado, Peter Tosh continua vivo em sua música que ficou como legado para o mundo. Em 2012, 25 anos após sua morte, Peter Tosh foi homenageado pelo governo jamaicano por suas contribuições para a cultura do país. A filha do músico e compositor, Niambe, professora em Boston, nos Estados Unidos, recebeu a “Ordem ao Mérito” póstuma, em nome de sue pai, a terceira maior honraria do país.
Seu ex-empresário, Herbie Miller, que também é curador do Museu de Música da Jamaica, diz que a homenagem demorou a ser feita. Há anos ele defendia entre políticos jamaicanos que o valor de Peter Tosh fosse reconhecido. “Quando você defende a verdade, os direitos e ataca o sistema, o reconhecimento do governo demora a aparecer”, disse.
Roger Steffens, um conhecido historiador do reggae, que entrevistou Tosh em várias ocasiões, embora que para o músico, prêmios da “Babilônia” (termo utilizado pelos Rastafáris para definir o mundo ocidental e as realidades inadequadas da vida), não faziam sentido. Como Marley, Tosh acreditava que “a Babilônia não dá frutos” e prêmios dos opressores não tinha valor. Se os últimos 25 anos teriam amaciado Tosh ou o tornado ainda mais militante, é difícil de prever, avalia Steffens, que descrevia Tosh como o “Malcon X do Reggae”.
Mas para a família de Tosh, a cerimonia de premiação foi um grande acontecimento. Andrew Tosh, veterano músico que tinha 20 anos quando o pai foi morto, disse que o prêmio ajudara a manter vivo o legado cultural da lenda do reggae.
Peter Tosh era uma pedra no sapato das autoridades. Falava mas que a boca, agitava
massas, tinha apelo popular e um desdém da politica vigente que assustava o poder. Por isso foi perseguido, talvez o mistério que envolva a sua morte nunca seja revelado.
Muita gente achou que a voz de um dos maiores revolucionários da música mundial tinha sido calada com o seu assassinato. No entanto sua obra continua viva no dia a dia de milhares de mentes que questionam o sistema em que vivemos. O mundo do jeito que esta já era escrito por Peter Tosh desde a década de 60. Para um nome como Tosh, seria irônico desejar vida longa, pois ele “pixou os muros da babilônia” e deixou palavras e pensamentos verdadeiros para a ETERNIDADE.


Fonte:
www.lastfm.com.br/music/Peter+Tosh/+wiki

Download da Semana (34) – Peter Tosh – La Collection

O download da Semana é uma excelente coletânea com grandes sucessos de um dos maiores nomes da música Reggae, Peter Tosh. “La Collection” traz sucessos como, “Get Up Stand Up”, “Legalize It”, “I Am That I Am”, “Equal Rights”, entre outrOs. Vale a pena baixar mais esse grande álbum.

sábado, 7 de setembro de 2013

Sua Excelência, o presidiário?

Como se já não bastasse o descaso com a saúde pública, educação e outros tantos problemas que exaustivamente citamos que a população enfrenta nesse país, além dos inúmeros casos de corrupção que têm se revelado nos últimos anos em nosso país, onde os principais envolvidos são parlamentares, empresários e dirigentes de importantes cargos públicos. A gota d'água foi nessa última semana, quarta feira 28 de agosto de 2013. Quando a Câmara dos Deputados decidiu manter o mandato de um deputado condenado por formação de quadrilha e peculato, e já preso por desviar 8,4 milhões de reais dos cofres públicos, o deputado Natan Donadon.

"Em um momento de humilhação da democracia, deputados transformaram uma cela em extensão do Parlamento — e o Parlamento, por consequência, na extensão de uma penitenciária". - Robson Bonin - Veja|4 de setembro.2013

Uma decisão insana que só faz degradar ainda mais a imagem dos parlamentares desse país. Quando eles tiveram a chance de mostrar um pouco de decência, dignidade, de honestidade, eles fizeram o contrário. Mostrando que não estão nenhum pouco preocupados com a voz das ruas, que recentemente parou esse país. É vergonhosa a forma como as coisas acontecem no Brasil.

— O GABINETE 595 DO CONGRESSO NACIONAL (Veja, 4 de setembro. 2013)
(Capa da Veja, 4 de setembro. 2013)

[...] Destinado a ser esquecido rapidamente por sua atuação miúda no baixo clero da Câmara, o deputado Natan Donadon saiu da sua cela na penitenciária da Papuda para entrar na história pela porta dos fundos. Seu mandato de deputado foi preservado em uma sessão secreta que ignorou seus crimes, chancelados, então, como atividades compatíveis com o ofício de parlamentar, contra cujo decoro eles não depõem. Nos anos 90, Donadon e o irmão, Marcos, desviaram 8,4 milhões de reais dos cofres da Assembleia Legislativa de Rondônia. Marcos era o presidente da Câmara. Donadon, o diretor financeiro. Com a ajuda de empresários, os irmãos forjavam pagamentos e dividiam os lucros entre o grupo. Há dois meses, Donadon tornou-se o primeiro parlamentar encarcerado no exercício do mandato desde a Constituição de 1988, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a treze anos de prisão pelos crimes de formação de quadrilha e peculato. A evolução óbvia, dotada pela ética mais comezinha e pelo bom-senso, seria a cassação de seu mandato. Mas deu-se o inesperado. Donadon continuou dono de seu mandato de deputado por decisão de seus colegas. […]
Manter como deputado federal um ladrão condenado e preso seria um suicídio moral para qualquer Parlamento, em qualquer democracia. Mas o que são os olhos do mundo quando se tem o coração dos colegas? "Esse discurso sensibilizou muita gente", solidarizou-se o deputado gaúcho Sérgio Moraes (PTB-RS), aquele que um dia disse que se lixava para a opinião pública. Quando Donadon deixou a tribuna, já estava absolvido. Parlamentares mais experientes sentiam no ar o que se prenunciava. Havia 469 deputados em plenário quando a votação foi iniciada. Discretamente, parte deles foi deixando o plenário, forma clássica de fugir da responsabilidade de lavar as mãos em relação ao caso, de ajudar a absolver o colega por omissão. Votaram apenas 405 deputados. Destes, 233 a favor da cassação e 131 contra, e houve 41 abstenções.
(Donadon olhando resultado no Painel da Câmara)
Eram necessários, no mínimo, 257 votos para consumar a perda de mandato — faltaram 24. Na frente das câmeras, Donadon então se ajoelhou e rezou com as mãos para cima. Por uma intervenção que ele considerou divina, seus colegas o promoveram à história. Para Donadon, a decisão da Câmara abriu a possibilidade de consegui na Justiça autorização para frequentar as sessões durante o dia e voltar ao presídio à noite. A medida faria com que ele continuasse com o salário de 26 723 reais e ainda tivesse a chance de, em tese, contratar os próprios companheiros de cela como assessores — se um condenado pode ser deputado, por analogia também um detento poderia assumir o cargo de assessor. […]
(Natan Donadon ajoelhado após absolvição pela Câmara)
Embora difícil de imaginar — e de acreditar —, a Câmara dos Deputados abriu caminho para que Natan Donadon seja apenas o primeiro híbrido de parlamentar e presidiário no Brasil. Outros quatro deputados, os mensaleleiros condenados pelo Supremo Tribunal Federal a penas de prisão, podem se juntar ao pioneiro que levou os colegas às lágrimas na semana passada. Essa, digamos, Bancada da Papuda, não por coincidência, teve papel preponderante no desfecho da votação que preservou o mandato de Donadon. O painel mostrou que 108 deputados deixaram de votar na sessão. Desse total cinquenta estavam no plenário, mas preferiram não se posicionar. De olho no caso idêntico dos mensaleiros Jose Genoino (SP) e João Paulo Cunha (SP), o PT comandou o boicote, seguido pelo PMDB, ex-partido de Donadon, e pelo PP do mensaleiro Pedro Henry (MT). As três bancadas juntas, por omissão, deixaram de computar 50 votos, o que acabou beneficiando o colega já preso. De certa forma, foi uma homenagem prestada ao que já está preso por aqueles que logo estarão.


Casos como esse deixam incertezas e preocupações — será que os condenados do Mensalão continuarão em seus cargos? — A sensação de impunidade continua, o descaso continua, nossas vozes não estão sendo ouvidas. O povo agora pede pelo fim do voto secreto no Congresso, apoiados por alguns parlamentares, inclusive o presidente da Câmara Henrique Alves. Pois o voto secreto existe para garantir que parlamentares não sejam alvos de ameaças e mantenham sua independência ao representar os eleitores. Porém, é apenas mais uma ferramenta usada por nossos políticos para salvar a própria pele e atender aos próprios interesses e de seus partidos. O voto aberto não só fará com que os deputados sejam responsáveis por aquilo que fazem no Congresso, mas também com que seja possível para nós exigir as mudanças que queremos para o país.
(Henrique Eduardo Alves, presidente da Câmara dos Deputados)
Envergonhado pela situação, o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Alves prometeu não colocar mais em votação nenhuma proposta de cassação até que o fim do voto secreto seja votado. E na última terça feira 3 de setembro, o presidente da Câmara anunciou que se reunirá com o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, para discutir o caso do parlamentar Natan Donadon. Na segunda feira, 2 de setembro, uma liminar dispensei a sessão da Casa que manteve o mandato de Donadon. Henrique Alves anunciou ainda que vai colocar em votação, em sessão extraordinária, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que põe fim ao voto secreto no Legislativo. Tudo isso é muito bom, mas não apaga a desastrosa e vergonhosa decisão da Câmara de manter o mandato de um deputado condenado e preso.
O voto aberto será mais uma vitória do povo, da ética, onde será mais difícil que casos como
(Jaqueline Roriz, absolvida pela Câmara em 2012))
vergonhosos como o de Natan Donadon volte a se repetir, pois não é a primeira vez, já que ano passado, vimos o inimaginável acontecer quando - graças a seus colegas - a deputada Jaqueline Roriz, guardem mais esse nome, foi flagrada em vídeo colocando na bolsa dinheiro de corrupção, e mesmo assim foi absolvida pelo Congresso, escapando da cassação graças ao voto secreto. É a mesma velha história em que nos fazem de palhaços. Um ladrão condenado ser absolvido foi a gota d'água. As coisas precisam mudar, a nossa Constituição precisa mudar, o domínio da corrupção e a impunidade não pode mais ser aceita pelo povo.
(Protestos contra a impunidade e pedindo mensaleiros na prisão)
Fonte:
Veja/ 4 de setembro. 2013/ O GABINETE 595 DO CONGRESSO
www.correiodopovo.com.br/Noticias/?Noticia=506737

Download da Semana (33) – Peter Tosh – No Nuclear War

Essa semana fará 26 anos da morte de um dos maiores e mais influentes nomes da música Reggae, Peter Tosh. Pra começarmos essa semana que trará a biografia desse grande músico, o download da semana é o álbum “No Nuclear War”, ganhador do prêmio Grammy de Melhor Álbum Reggae do Ano de 1987. Entre as canções está a própria título do álbum “No Nuclear War”, além de “Fight Apartheid”, “Vampire”, “Lessons In My Life” entre outras. Uma pedrada de Peter Tosh!