The Voice Of The People

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Bunny Wailer – A Lenda Viva do Reggae

Quando se fala em reggae, não tem como esquecer o trio mais famoso e importante da história reggae: The Wailers. O trio formado por Peter Tosh, Bob Marley e Bunny Wailer teve grande influência na história da música seja como grupo ou em carreira solo. Causou uma grande revolução nas décadas de 60 e 70, eternizando-se como uma das maiores senão mais importante de todos os tempos.
Atualmente, o único integrante vivo e em atividade é Bunny Wailer e, em novembro deste ano, ele desembarca pela primeira vez em turnê no Brasil, onde fará 4 shows. Um momento histórico para o reggae no Brasil. Enquanto aguardamos, essa semana ele desembarca no nosso blog.

Nascido em Kingston, Jamaica, em 10 de abril de 1947, seu nome de batismo é Neville O’Riley Livingstone. É cantor, compositor e percussionista. Conheceu Bob Marley ainda criança e a amizade entre eles ficou mais forte depois que a mãe de Bob, Cedella Broker, se tornou companheira do pai de Bunny, Toddy Livingstone. Os dois amigos se tornaram irmãos e continuariam se tratando assim até a morte do maior ídolo da música reggae, em 1981. A carreira musical dos dois também se cruzou desde o início.
Um ano depois de gravar o seu primeiro compacto, “Judge Not”, Bob Marley formaria com Bunny Wailer e Peter Tosh o grupo The Wailers, que se destacaria nos anos seguintes entre dezenas de grupos que surgiram naquela época na Jamaica.

Bunny Wailer, Bob Marley e Peter Tosh
Depois de ficar quase dez anos nos Wailers, Bunny gravou seu primeiro compacto solo, “Search For Love”, pelo seu selo independente, Solomonic Records. Ao mesmo tempo os Wailers assinavam contrato com a Island Records e começavam a sua carreira internacional. Os Wailers lançaram o explosivo álbum “Catch a Fire”, atraindo a atenção da imprensa mundial e levando o grupo a uma cansativa turnê pela Europa no ano de 1973.
Depois de um descanso na Jamaica, deveriam voltar para a estrada, dessa vez indo para os Estados Unidos, mas Bunny se recusou a viajar. Ele estava decepcionado com a vida na estrada, e com o pouco dinheiro pago para eles, além de não terem informado à banda que era uma turnê promocional, Bunny também dizia que Chris Blackwell (Fundador da Island Records) “Expunha demais a banda, com shows em clubes para pervertidos”. Bunny já estava comprometido seriamente com o Movimento Rastafári e não gostava dessa exposição, nem de ficar tanto tempo longe da sua terra natal e de seus rituais. Ele decidiu por não participar dessa parte da turnê pelos Estados Unidos e acreditava que os companheiros fariam o mesmo, Peter também não estava contente, mas decidiu continuar, Bob estava entusiasmado com a ascensão da banda e achava importante levar o som dos Wailers para novas pessoas, então Bunny ficou na Jamaica, sendo substituído por Joe Higgs, o mestre musical da adolescência dos Wailers.
Momento clássico dos Wailers em grande performance para BBC de Londres
Alguns meses depois, após a turnê pelos Estados Unidos e a gravação do álbum “Burning”, Bunny deixou a banda e em seguida Peter Tosh também fez o mesmo. Bunny e Peter acreditavam serem injustiçados por Chris Blackwell, que não tinham o reconhecimento merecido. Realmente Chris voltara as atenções para Bob, onde ele via um grande diferencial, o nome da banda já havia sido mudado para “Bob Marley & The Wailers”, ambos também tinham potencial vocal, mas decidiram seguir seus próprios caminhos. Eles foram substituídos pelas “I-Threes” para que fosse mantido o apoio vocal da banda.
Era o começo de uma nova fase para Bunny, em que ele lançaria seus trabalhos em estúdios com regularidade, mas reduziu a apresentação em shows fora da Jamaica por não querer viajar muito.
O seu primeiro LP solo, “Blackheart Man”, é hoje aclamado como uma obra prima do roots
reggae e é por muitos considerado como o seu melhor trabalho, ao lado de “Liberation”. As produções posteriores manteriam a qualidade, mas os seus trabalhos mais populares foram os álbuns realizados em homenagem aos Wailers. Chamando para si a responsabilidade de manter vivo o legado do grupo. Ele gravou “Sings The Wailers”, “Time Will Tell” e “Hall of Fame”, ganhando o Grammy de Melhor Álbum de Reggae pelos dois últimos. Outro álbum que lhe rendeu o prêmio Grammy foi “Crucial! Roots Classics”, lançado em 1994.
O álbum “Hall of Fame: A Tribute to Bob Marley’s 50th Anniversary”, foi lançado em 1996, onde ele desfilava nada menos do que cinquenta clássicos compostos pelo rei do reggae, por ele e Peter Tosh, nos bons tempos de The Wailers. O seu 3º prêmio Grammy não poderia ter vindo em hora mais apropriada, pois veio presentear o seu 50º aniversário. Também foi lançada a sua biografia, com o nome de “Old Fire Sticks”, sob responsabilidade do jornalista e pesquisador americano Roger Steffens, um nome que é garantia de quantidade e qualidade de informação quando o assunto é reggae. Roger foi o que mais conseguiu entrevistas com Bob Marley e com os grandes do reggae mundial.

Em 2012, Bunny fez parte do time que participa do sensacional documentário de Kevin Macdonald que conta a história de Bob Marley, da qual ele fez parte. Ele conta relatos emocionantes não só sobre Bob, mas sobre a música reggae e o significado que ela tem, “como as batidas do coração”, é demais, vale a pena conhecer.


Bunny sobreviveu aos contemporâneos quando a morte violenta era um lugar comum. Do alto de seus quase 70 anos, ele é um dos maiores do reggae mundial, sempre a lembrar aos seus companheiros da importância das raízes na música. Um recado que parece estar sendo compreendido pela nova geração do ritmo, atualmente empenhada a retomar o sentimento e a arte original do reggae, mantendo o ritmo que tanto amamos como uma força viva e atuante no cenário musical do terceiro milênio.
Ao vivo, Bunny Wailer se apresenta com a Solomonic Reggaestra, literalmente uma orquestra do reggae com alguns componentes e lendários músicos da história do gênero. Ao todo são nada menos que três backing vocals, dois tecladistas, dois guitarristas, um trio de metais, percussionista, baixista e baterista, além é claro do “frontman”, o lendário e último Wailer vivo, que continua escrevendo a história do reggae – Bunny Wailer.
 
Bunny em show com Ziigy Marley
Shows no Brasil:
15/Nov – Salvador (República do Reggae)
22/Nov – Belém (Complexo Ecológico Parque dos Igarapés)

Chamada Oficial Bunny Wailer no Brasil


Fonte:
http://wp.clicrbs.com.br/atlpop/destaquinho/bunny-wailer-o-ultimo-membro-original-do-the-wailers-vivo-pela-primeira-vez-no-brasil/?topo=52,1,1,,224,e224

Nenhum comentário:

Postar um comentário