O reggae não é só um estilo musical, o reggae vai além, é um movimento social que trata da desigualdade, que fala da verdade, liberdade, respeito, paz e amor. O reggae é revolucionário, aqui você abre a sua mente, aqui você é livre!
quarta-feira, 26 de junho de 2013
Download da Semana (22) – Black Slate – Amigo
O download da semana traz a banda Black Slate, sucesso entre os anos 70 e 80, onde serviam como banda de apoio a vários artistas, entre eles Dennis Brown. Mas a banda também teve os seus próprios sucessos, como o álbum “Amigo”, originalmente lançado em 1980 e que teve a sua reedição agora em março de 2013, e será o nosso download da semana. Umas das melhores bandas de reggae que os novos fãs do reggae tradicional têm que descobrir, onde suas mensagens soam tão pertinentes como há mais de 30 anos atrás. Para quem gosta de um reggae clássico está aí um excelente álbum.
Mato Seco – Interesses Caros
O ano é de mudanças, as
pessoas que nos governam fazem descaso com as nossas reivindicações e necessidades. Mas o povo acordou e está mostrando a sua força, está
lutando pelos seus direitos. O primeiro passo foi dado e surtiu efeito, mas
ainda há muito por fazer, essa mobilização não pode parar agora, estamos no
caminho certo.
O álbum do Mato Seco, o
“Seco e Ainda Vivo”, traz mensagens fortíssimas e retrata todo o descaso que o
povo sofre, mostrando os dias difíceis em que vivemos e o ponto em que o homem
chegou. Mostra que temos o poder de mudança em nossas mãos, que somos agentes
do nosso próprio futuro, além de passar lindas e poéticas mensagens de
igualdade e respeito, falando de Deus com amor e uma força tocante.
Apreciem uma das letras
desse ultimo trabalho da banda Mato Seco, a música “Interesses Caros”, que
retrata o descaso dos governantes com o povo e como isso alimenta grandes
problemas, onde o povo é sempre o único prejudicado.
Para quem ainda não adquiriu
o novo álbum, a banda disponibilizou o download gratuito desse novo trabalho e
dos antigos também, assim como também disponibilizamos aqui no mês de março
(Download). Quem preferir contribuir com o excelente trabalho da banda que é
muito merecedora, pode ir ao iTunes e comprar o download.
As
mensagens do reggae em geral são tocantes e sempre tiveram o objetivo de
mostrar à verdade as pessoas, conscientizando-as a se unirem e lutarem pelos
seus direitos, buscando extrair sempre o bem, o respeito ao próximo, a paz e o
amor a todos e ao planeta.MATO SECO – INTERESSES CAROS
Não precisamos da sua
hipocrisia.
Não precisamos ouvir e ver mentiras.
Por que nos tratam assim?
Por que nos tratam assim?
Não precisamos ouvir e ver mentiras.
Por que nos tratam assim?
Por que nos tratam assim?
Não está certo o jeito que
nos levam.
Não está certo como nos governam.
E como fazem pouco de mim?
E como tratam tantos assim?
Não está certo como nos governam.
E como fazem pouco de mim?
E como tratam tantos assim?
Tratos feitos por tratantes
que, tratam o povo com descaso.
Homens grandes da nossa sociedade, não sabem o valor do trabalho.
Ganham com o mais fácil e, enquanto isso cresce a fome, toma à frente o descaso.
A pobreza escraviza quem, já não pode ver que ainda tem,
Homens grandes da nossa sociedade, não sabem o valor do trabalho.
Ganham com o mais fácil e, enquanto isso cresce a fome, toma à frente o descaso.
A pobreza escraviza quem, já não pode ver que ainda tem,
Saída com a própria
intenção.
A pobreza judia dos que não,
tem tempo de crescer.
A pobreza fecha olhos, rompe laços, seca corações.
A pobreza silencia orações, alimenta ilusões, fortalece o pior.
A pobreza fecha olhos, rompe laços, seca corações.
A pobreza silencia orações, alimenta ilusões, fortalece o pior.
A pobreza, ela diminui o
maior,
E predomina sempre o predador,
Sempre o ego contra o amor.
Carnificina pelo dinheiro.
E predomina sempre o predador,
Sempre o ego contra o amor.
Carnificina pelo dinheiro.
Interesses caros que custam um
país inteiro.
Por que nos tratam assim?
Por que nos tratam assim?
Por que nos tratam assim?
Nós não precisamos da sua
hipocrisia.
Não precisamos ouvir e ver mentiras.
Por que nos tratam assim?
Por que nos tratam assim?
Não precisamos ouvir e ver mentiras.
Por que nos tratam assim?
Por que nos tratam assim?
Não está certo o jeito que
nos levam.
Não está certo como nos governam.
E como fazem pouco de mim?
E como tratam tantos assim?
Não está certo como nos governam.
E como fazem pouco de mim?
E como tratam tantos assim?
A pobreza escraviza quem, já
não pode ver que ainda tem,
Saída com a própria
intenção.
A pobreza judia dos que não,
tem tempo de crescer.
A pobreza fecha olhos, rompe
laços, seca corações.
A pobreza silencia orações,
alimenta ilusões, fortalece o pior.
A pobreza, ela diminui o
maior,
E predomina sempre o
predador,
Predomina sempre o ego
contra o amor.
Predomina sempre o
predador...
Mas eu, eu acredito no amor.
Quebraram as correntes que
nos escravizavam,
Mas ainda continuam a nos
escravizar.
Com a pobreza, com a miséria,
com o analfabetismo.
Com as drogas!
Porque nos tratam assim?
Porque
nos tratam assim?domingo, 23 de junho de 2013
O que REALMENTE está por trás das manifestações no Brasil? (CNN Americana)
"O que REALMENTE está por trás das manifestações no Brasil?
Os protestos que vêm ocorrendo no Brasil vão além do aumento de R$ 0,20 na tarifa dos transportes públicos.
O Brasil está experimentando atualmente um colapso generalizado em sua infraestrutura. Há problemas com portos, aeroportos, transporte público, saúde e educação. O Brasil não é um país pobre e as taxas de impostos são extremamente altas. Os brasileiros não veem razão para uma infraestrutura tão ruim quando há tanta riqueza tão altamente taxada. Nas capitais, as pessoas perdem até quatro horas por dia no tráfego, seja em automóveis ou no transporte público lotado que é realmente de baixíssima qualidade.
O governo brasileiro tem tomado medidas remediadoras para controlar a inflação apenas mexendo nas taxas e ainda não percebeu que o paradigma precisa compreender uma aproximação mais focada na infraestrutura. Ao mesmo tempo, o governo está reproduzindo em escala menor o que a Argentina fez há algum tempo atrás: evitando austeridade e proporcionando um aumento com base em interesses da taxa Selic, o que está levando à inflação alta e baixo crescimento.
Além do problema de infraestrutura, há vários escândalos de corrupção que permanecem sem julgamento, e os casos que estão sendo julgados tendem a terminar com a absolvição dos réus. O maior escândalo de corrupção da história do Brasil finalmente terminou com a condenação dos réus e agora o governo está tentando reverter o julgamento usando de manobras através de emendas constitucionais inacreditáveis: uma, o PEC 37, que aniquilará os poderes investigativos dos promotores do ministério público, delegando a responsabilidade da investigação inteiramente à Polícia Federal. Mais, outra proposta busca submeter as decisões da Suprema Corte Brasileira ao Congresso – uma completa violação dos três poderes.
Estas são, de fato, a revolta dos brasileiros.
Os protestos não são movimentos meramente isolados, unificados ou badernas de extrema esquerda, como parte da imprensa brasileira afirma. Não é uma rebelião adolescente. É o levante da porção mais intelectualizada da sociedade que deseja pôr fim a esses problemas brasileiros. A classe média jovem, que sempre se mostrou insatisfeita com o esquecimento político, agora “despertou” – na palavra dos manifestantes."
(Texto Original em: http://ireport.cnn.com/docs/DOC-988431)
sexta-feira, 21 de junho de 2013
Por Um País Que Seja Realmente de Todos
Pode ser que uma Copa não se
faça com hospitais, como falaram por aí, mas um país de verdade sim. Um país de
verdade se constrói com educação, saúde, trabalho, segurança, transporte,
honestidade e respeito. Então o nosso Brasil não está preparado para uma Copa,
pois continua carente de todos esses itens e muito mais. Fora esses estádios
belíssimos que custaram bilhões, pagos com dinheiro público e que não trarão
retorno algum ao povo, não vimos até agora nenhum benefício, boa parte do que
está sendo construído não servirá para o povo após essa grande festa, uma festa que só participará quem puder desembolsar um bom dinheiro. Tem
pessoas perdendo as suas casas, pessoas que já não tinham direito a educação de
qualidade, a saúde de qualidade, a transporte público de qualidade, pessoas que
pagam impostos em tudo que fazem e consomem nesse país e não tem direito a
nada. É justo que o pouco que essas pessoas têm seja tirado delas?
Essas pessoas estão sendo
expulsas de suas casas em situações comparadas a práticas nazistas que
ocorreram no passado, onde suas casas são marcadas nas portas para que sejam
demolidas no dia seguinte. Não ficaremos calados diante disso, não podemos
fazer parte dessa sujeira.
E como não lembra dos índios
que perderam o lugar que costumava ser a casa deles e o Centro Cultural
Indígena, para que fosse transformado em um “museu do comitê olímpico”. Os
índios foram covardemente atacados, chutados, espancados, feridos por balas de
borracha, bombas de efeito moral, spray de pimenta, como se fossem criminosos, nossa
história e cultura sendo atacada, destruída para a criação de um patrimônio do
comitê olímpico, que dá ênfase a uma causa que deveria ser pela união das
pessoas, dos países, pela paz. Ou não é esse o objetivo dos Jogos Olímpicos?
Eventos que deveriam trazer
evolução ao país, mostra que na verdade estamos retrocedendo, situações
comparadas a práticas nazistas estão acontecendo para limpar as áreas ao redor
dos estádios e de construções para a Copa do Mundo e Olimpíadas. Bilhões gastos
na realização desses eventos se contrastam com as necessidades atuais do país e
os problemas que enfrentamos no dia a dia continuam os mesmos.
Basta! A hora é agora! O
povo acordou e não quer mais viver só de futebol e carnaval, o povo viu que
esse país é deles, quem faz esse país são eles, e que se for preciso abrir
mão dessa Copa do Mundo e das Olimpíadas para ter um país melhor, o povo abrirá
mão. Não temos que mostrar ao mundo o que não somos, temos que de fato ser.
Não foi por falta de
recursos que as mudanças não ocorreram em nosso país, mas por uma má
administração, por um poder corrupto e que achava que iria fazer descaso e o
que bem entendesse com a população para sempre, pois já tinham se acostumado
com a impunidade diante de tantos escândalos, roubos e desvios de dinheiro
público. Ninguém está brigando por 20 centavos, o aumento das tarifas foi o
estopim para uma revolta que já estava "entalada" na garganta de um povo cansado
de ser explorado.
Cansamos de corrupção,
cansamos do descaso, cansamos de promessas, cansamos de ilusões, queremos
mudanças e já!
Sairemos às ruas e lutaremos
pelas nossas causas com muita vontade, garra e fé, carregando as cores da nossa
Bandeira e o amor à pátria com ideias de um novo Brasil.
- Vídeo que mostra as atrocidades que estão acontecendo para a realização das obras para a Copa do Mundo e Olimpíadas no Brasil:
terça-feira, 18 de junho de 2013
Download da Semana (21) – Planta e Raiz – Qual é a Cara do Ladrão?
Nesse clima de protestos, reivindicações e luta, o download da semana é o álbum “Qual é a Cara do Ladrão?” da banda Planta e Raiz. Com destaque para duas faixas que retratam bem o momento que estamos vivendo e a política em nosso país, uma é a própria faixa título do álbum “Qual é a Cara do Ladrão?” que levanta a questão de quem são os verdadeiros ladrões nesse país, e a faixa “Senhor Presidente”, retratando a nossa situação, como a violência, perguntando o que estão fazendo com o nosso dinheiro e ainda pedindo o que é nosso por direito: “Hei Senhor Presidente me dê o que é meu! / Quem paga a comida do Ladrão, Quantos anos ganha de perdão?”. Vale a pena baixar!
Um Povo Que Não Foge a Luta
(Foto: Daniel Teixeira - Estadão) |
Eu já havia levantado em
postagens anteriores o quanto o reggae é barrado pelo poder que nos governa e
pela mídia manipuladora, pois o reggae levanta uma bandeira de ideologias e
valores que não é vantajosa a esses poderes. Mas o nosso desejo de mudanças
começou a acontecer.
O momento que estamos
vivendo é histórico, as pessoas decidiram se unir e sair às ruas
para protestar
e lutar pelo que é seu de direito. Mostrando que o povo está alerta e que
unidos podemos fazer a diferença.
(Protesto na Av. Paulista 17/06/13) |
Pagamos impostos em cada bem
que adquirimos, em cada serviço que contratamos ou utilizamos, nos alimentos em
geral que consumimos, no salário de cada mês, cada centavo que gastamos já
existem os seus impostos embutidos. Esses impostos além de pagar o ótimo
salário aos parlamentares, deveriam nos dar o direito de ter educação e saúde
de qualidade, segurança, moradia, transporte decente, mas não temos nada disso.
O povo é pago com corrupção,
descaso, abuso de autoridade, miséria, desigualdade. Os políticos não votam nos
projetos de prioridade à população, mas só no que diz respeito aos seus
próprios interesses, como será votado no próximo dia 26 de junho de 2013 a
absurda PEC 37, que beneficia ainda mais os verdadeiros bandidos desse país.
Alguns veículos de
comunicação noticiaram que as pessoas estão brigando por 20 centavos, que os
manifestantes “não valem 20 centavos”, sim, mídias manipuladoras que não sabem
o que a grande maioria passa diariamente nesse país, na verdade sabem muito
bem, mas escondem. A verdade é que o povo cansou de ser explorado, cansou de
aceitar tudo calado, estamos cansados dessa ditadura disfarçada de democracia,
estamos cansados dessa roubalheira, desse descaso com a população. Enquanto
muitos sofrem nos corredores dos hospitais públicos, nas imensas filas do
transporte público, no sistema de educação abandonado, com a falta de segurança.
Seria o momento de uma Copa
do Mundo em nosso país quando temos assuntos mais importantes para resolver?
Uma Copa que deveria trazer evolução ao país mostra que na verdade estamos
retrocedendo, os nossos problemas continuam os mesmos, e após essa grande festa
teremos que nos recompor mais uma vez e tentar limpar toda essa sujeira? Não!
Esse é o momento, o povo quer mudanças e não
podemos esperar mais. O povo acordou e está lutando pelos seus direitos, o povo
está mostrando a sua força.
Os protestos não estão
acontecendo só no Brasil, mas ao redor do mundo, como na Europa que vive dias
de protestos contra cortes orçamentários e corrupção, países como Portugal,
Bélgica, Espanha, Irlanda, Turquia, Polônia, Grécia, Itália, França, entre
outros. O apoio aos protestos no Brasil acontecem também ao redor do mundo.
O sossego dos corruptos está acabando, a REVOLUÇÃO começou, essas pessoas que saem as ruas não são vândalos, bandidos, mas cidadãos, heróis que estão lutando pelo que é seu, pelo futuro de uma nação, por um país, por um mundo mais justo e melhor para todos. Chega de anti patriotismo e viver de ilusões, um país de imensas maravilhas, de um povo guerreiro, capaz de superar as mais diversas dificuldades e que nunca foge a luta, o momento e as mudanças quem faz somos nós. O povo está unido e juntos faremos um Brasil verdadeiramente de todos. Juntos somos fortes!
terça-feira, 11 de junho de 2013
Download da Semana (20) – VA – Romantic Flava Vol. 3
Seguindo o ritmo da semana
dos amantes, o download da semana é um ótimo álbum do gênero Lovers Rock,
lançado em janeiro de 2013 pelo selo “Flava McGregor Records”, do produtor
Kemar McGregor, que já gravou e produziu centenas de músicas para alguns dos
artistas mais renomados na indústria da música, como Gregory Isaacs, Freddie
McGregor, Sugar Minott, Marcia Griffiths, Sizzla, Luciano, Beres Hammond,
Morgan Heritage, entre outros.
O
álbum “Romantic Flava” é o 3º volume de uma coletânea que reúne vários
artistas, nesse volume estão nomes consagrados como Beres Hammond, Freddie
McGregor, Marcia Griffiths, Gentleman, Adele Harley, além de nomes mais novos
como o já consagrado Gyptian e a caçula e talentosíssima Ammoye.Para quem curte um bom reggae, Romantic Flava é um ótimo álbum!
Lovers Rock
Na semana dos amantes,
apaixonados e enamorados, o “Reggae: A Voz do Povo” trás a história do Lovers
Rock, o ritmo dos amantes.
Lovers Rock (Amantes do Rock) é um subgênero
do Reggae, conhecido pela sua música, com letras e sons de conteúdo romântico.
As raízes do Lovers Rock podem ser encontradas nos primeiros dias do Reggae na
década de 60, através de cantores jamaicanos e americanos como, Ken Boothe,
Johnny Nash e John Holt, que conquistaram prestígio internacional gravando
versões Reggae de músicas R&B e Soul que eram sucesso na época.
Mas o estilo Lovers Rock se
dá em meados dos anos 70, quando donos de Sound Systems (Sistemas de sons que
também foram determinantes na história do reggae) começaram a produzir covers
de baladas românticas nas vozes de cantoras jovens como, Ginger Williams
cantando “Tenderness”, que fez muito sucesso, sendo superada no ano seguinte por
“Caught You In a Lie” de Louisa Mark´s, uma gravação obscura musical do Soul
americano, produzida por Dennis Bovell para o Sound System Lloydie Coxsone.
O gênero se solidificou
depois que um emergente imigrante de origem jamaicana, Dennis Harris abriu um
estúdio de gravação no sul de Londres, tendo a frente das produções Dennis
Bovell e o guitarrista John Kpieye. Dennis Harris batizou a gravadora de “Lovers
Rock”, nome tomado emprestado de um dub lado B de Augustus Pablo, e que também
acabou virando nome do novo subgênero musical. Inicialmente produziam versões
covers de Mowntown Records e de baladas Soul da Filadélfia, com vocais de TT
Ross, Cassandra e o trio homônimo Bown Sugar.
(Dennis Bovell é um dos produtores mais importantes na história do Lovers Rock) |
Em sua fase inicial o Lovers
Rock foi um fenômeno na parte sul de Londres, mas devido o sucesso sem
precedentes de "Silly Games" por Janet Kay, outras áreas começaram a conhecer e apreciar o novo
ritmo, fato este que se confirmou com a instalação de estúdios na parte leste
da cidade, quando produtores como Leonard “Santic” Chin e Bert “Ital” Campbell,
abandonaram o Roots Reggae e passaram a se dedicar ao Lovers Rock.
O Lovers Rock se tornaria um
estilo de Reggae para a formação de uma identidade negra britânica, em um
cenário político e socialmente conturbado de tensão racial. Sua dança,
conhecida como scrubbing, era uma espécie de fuga para os conflitos da época.
Por seu caráter apolítico, já que funcionava como um contra ponto ao reggae militante
jamaicano dominante àquela década, cuja especificidade políticas e filosóficas
rastafari eram muitas vezes alienantes para muitos negros britânicos.
Enquanto isso na Jamaica, os
grandes nomes do Lovers Rock eram Gregory Isaacs, Dennis Brown, John Holt,
Sugar Minott, mais tarde Freddie McGregor, Beres Hammond, entre outros. “Money
In My Pocket” de Dennis Brown e “Good Thing Going” de Sugar Minott, foram
grandes sucessos no UK Single Chart.
Neil “Mad Professor” Fraser
seria um produtor chave do Lovers Rock, trabalhando com Deborahe Glasgow,
enquanto Dennis Bovell produziria um dos maiores sucessos do gênero, Janet Kay
com “Silly Games”, alcançando o número 2 no UK Single Chart em 1979.
(Janet Kay, um dos maiores sucessos do Lovers Rock) |
Embora observado o domínio
de jovens e de seus expoentes femininos, o novo estilo produziu um grande
número de estrelas do sexo masculino nomeadamente, Trevor Walters, Honey Boy e
Wiston Reedy. A tendência também viu o surgimento de muitos grupos de homens
como, Tradition, The Investigators e Beshara, grupo de Birmingham que no inicio
da década de 80 tinha nos gráficos de reggae o emotivo hit “Men Cry Too”.
A popularidade do Lovers
Rock continuou na década de 80, o rótulo “Fashion Label” foi bem sucedido como
público do Reino Unido, o rótulo “Revue” teve um grande sucesso em 1986 com
Boris Gardiner em “I Wanna Wake Up With You”. Na década de 90, artistas como
Mike Anthony, Peter Hunnigale e Donna Marie fizeram sucesso com o gênero. Donna
Marie que é a principal voz feminina do gênero britânico por mais de duas
décadas, sendo um sucesso mundial na década de 90 com a versão Reggae de “Think
Twice”, que alcançou o topo das paradas em alguns países.
Em
2011 o Lovers Rock ganhou um filme, “The Story of Lover's Rock”, que conta a
história do gênero, a partir de performances, coreografias, entrevistas e
material de arquivo, analisando o estilo musical que deu voz as jovens mulheres
negras e teve influência em bandas como The Police e UB40, além de revelar
inúmeros artistas que fizeram muito sucesso nas ultimas décadas.(The Story of Lover's Rock foi lançado em 2011) |
Referências:
- reggaeartigos.wordpress.com/2012/09/20/lovers-rock-historia-do-motown-reggae
- pt.wikipedia.org/Lovers-rock
- reggaespotlights.blogspot.com.br/2012/01/lovers-rock
terça-feira, 4 de junho de 2013
Download da Semana (19) – Julian Marley – Awake
O download da semana é o
álbum “Awake” de Julian Marley. Indicado ao prêmio Grammy e premiado como
“Melhor Álbum do Ano” pelo “Reggae International and World Music Awards 2010”.
O
álbum conta com a participação de seus irmãos Stephen Marley e Damian Marley.
Entre as ótimas músicas destaco “Boom Draw”, “A Little Too Late”, “Jah Works”,
“Violence In The Streets”, “Stay With Me” e “Trying”. Baixem mais um excelente
álbum reggae.Julian Marley
Julian Ricardo Marley
Pounder, mais conhecido como Julian Marley, nascido em 4 de junho de 1975 em
Londres, Inglaterra. Julian é o único filho de Bob Marley nascido e criado no
Reino Unido, onde morava com sua mãe, Lucy Pounder, originalmente de Barbados.
Julian sempre esteve rodeado
pela música durante toda a sua vida, ele foi abençoado pelo talento e legado de
seu pai. Julian gravou a sua primeira música com 5 anos de idade, na casa da
família Marley em Kingston, Jamaica, e foi aprimorando cada vez mais as sua
habilidades como cantor e instrumentista, dominando instrumentos como o baixo,
bateria, guitarra e teclados.
Julian frequentemente
visitava seus irmãos Ziggy, Stephen, Damian e Kymani na Jamaica. Durante os
seus anos de formação na Jamaica, Julian começou a estudar com os veteranos
lendários do reggae, como Aston “Family Man” Barret, Carlton Barret, Earl
“Wire” Lindo, Tyrone Downie e Earl “Chinna” Smith.
(Carlton Barret, baterista do The wailers) |
Em 1987, o influente
baterista dos “Wailers” Carlton Barret foi assassinado na frente de sua casa na
Jamaica, em resposta ao incidente que marcou sua vida, Julian escreveu duas
músicas não lançadas “Uprising” e “What They Did Wrong”. Posteriormente Julian
criou uma banda de Reggae Roots chamada “The Uprising”, a banda era formada por
jovens jamaicanos, e começou abrindo shows para Ziggy Marley & The Melody
Makers, e até para os The Wailers.
Em 1989, Julian formou com
seus irmãos Ziggy, Stephen, Damian e Kymani, o grupo “Ghetto Youths Crew”, que
mais tarde veio a se tornar uma gravadora da família, a “Ghetto Youths
International”.
Em
1993, Julian decidiu mudar de vez para a Jamaica, para estar mais perto de seus
irmãos, daquele ponto em diante, com Julian ao lado de seus irmãos, ele começou
a formar o seu vasto caminho musical.(Acima: Ziggy, Stephen, Robbie, Rohan, Julian e Kymani Marley. Abaixo Esquerda: Stephen, Damian e Julian Marley. Abaixo Direita: Stephen, Ziggy e Julian Marley) |
“Dou graças pela orientação musical que recebi de meu pai e continuo a receber a partir dos meus irmãos. É com a inspiração da minha família e do Altíssimo que eu crio todas as minhas músicas hoje.” – Julian Marley.
Em 1996, Julian lançou o seu
primeiro álbum chamado “Lion In The Morning”, que foi bem sucedido e o lançou
aos olhos do público. O álbum reflete a crescente maturidade de Julian, além da
sofisticação musical. Gravado nos estúdios “Tuff Gong” em Kingston, Jamaica, o
mesmo estúdio onde seu pai criou alguns de seus maiores sucessos. O álbum foi
produzido por Aston “Family Man” Barret e Stephen Marley, além de contar com a
contribuição de nomes luminares do reggae, como Owen “Dreddie” Reid, Earl
“Chinna” Smith, Tyrone Downie e suas irmãs Cedella e Sharon Marley, além do
próprio Stephen. Esse foi o trabalho mais disseminado de Julian Marley, tendo
conquistado diversos prêmios.
O sucesso foi seguido por
uma turnê internacional bem sucedida, além de tocar em grandes festivais como o
Jamaica Sumfest e o Reggae Sunsplash, ainda teve a participação importantíssima
no “Marley Magic”, um tributo a Bob Marley produzido pela família do Rei do
Reggae. Julian juntamente com seu irmão Damian “Jr Gong” Marley, começaram a
excursionar extensivamente, conquistando posição de destaque no festival
Lollapalooza 1997.
Em 1998, Julian contribuiu
significativamente para a conquista do prêmio Grammy da cantora Lauryn Hill,
onde ele tocava instrumentos em algumas músicas, o álbum era “The Miseducation
of Lauryn Hill”, que foi gravado no “Tuff Gong”, estúdio na Jamaica.
No ano seguinte, Julian
voltou a trabalhar com seus irmãos Stephen e Damian, contribuindo para o álbum
“Chant Down Babylon”, um trabalho que reunia remixes de vários artistas do Hip
Hop e Rock em músicas de Bob Marley & The Wailers, o álbum foi produzido
por Stephen Marley e premiado com o disco de platina.
Em 2002, Julian e seus
irmãos Stephen e Damian, oficialmente incorporaram a “Ghetto Youths
International”, gravadora que havia sido fundada por Ziggy e Stephen em 1989. A
gravadora permite que os irmãos trabalhem em conjunto, além de lançarem e
produzirem diversos artistas pelo selo, e os próprios trabalhos dos irmãos,
mantendo a tradição Marley de se comunicar com uma audiência global. A
gravadora ainda apóia e reverte parte de seus ganhos a projetos para jovens
carentes.
Em 2003 veio o seu segundo
álbum, “A Time & Place”, revolucionando a música por causa da fusão do
Reggae e Jazz que o álbum trazia, mostrando o amor de Julian pela música. O
trabalho foi produzido por Stephen Marley, os anos anteriores de turnê junto
aos seus irmãos, haviam construído uma base de fãs para Julian, que iniciou a
sua própria turnê mundial, apoiada pela banda “The Uprising”, fazendo shows
pela Europa e Estados Unidos.
Em 2009, a carreira de Julian
Marley subiu a novos ares com o sucesso de seu terceiro álbum, “Awake”,
indicado ao prêmio Grammy. O álbum foi co-produzido com seus irmãos Stephen e
Damian Marley, trazendo a inspiração da vida e espiritualidade de Julian,
trazendo diversos estilos musicais em um set de batidas hipnóticas e vocais
“soulful”.
Awake mistura R&B, Hip
Hop, Dancehall Reggae e as raízes que seu pai tornou famosa em todo o mundo. Os
seus irmãos também tiveram participação em músicas, Stephen Marley em “A Little
Too Late” e Damian Marley em “Violence In The Streets”, Marcia Griffiths
ex-integrante das “The I-Threes”, que fazia backing vocal para os Wailers,
contribui para os vocais de fundo do álbum.
O álbum não ganhou o Grammy,
mas foi premiado como “Melhor Álbum do Ano 2010” para o “International Reggae
And World Music Awards” (IRAWMA), realizado anualmente em Nova York, Estados
Unidos.
A turnê mundial de “Awake”
passou em diversos países ao redor do mundo, por grandes festivais como o
“Raggamuffin Tour 2010”, pela Austrália e Nova Zelândia, além de Turnê pela
Europa e América do Sul.
A ajuda humanitária no
coração de Julian Marley, o inclina para missões de caridade, contribuindo para
a fundação “Ghetto Youths”, no espírito e propósito de seu pai Bob Marley,
permitindo desenvolver projetos conscientes para jovens em diversas
comunidades. Seja através do raciocínio com crianças nos campos de futebol em
Londres, ou oferecendo o seu tempo em concertos beneficentes. Julian Marley
conscientemente olha para encontrar formas de ajudar a construir orientações
positivas que beneficiem as crianças. Como no show que Julian e seu irmão Kymani
Marley, ao lado da “Ghetto Youths Foundation” produziram em Miami, Estados
Unidos, show beneficente com todos os rendimentos que foram para instituições
de caridade voltadas para as vítimas da catástrofe no Haiti. Julian pede: “Se
temos tempo, se temos recursos, temos que subir para a ocasião e ajudar os
nossos irmãos e irmãs de todas as formas possíveis”.
Julian Marley tem um dos postos mais altos no movimento da consciência da música entre os artistas reggae conhecidos hoje. Julian construiu uma reputação formidável, transcendendo gêneros musicais, além do seu lado espiritual, visionário, moral e musical, com uma missão internacional.
“Eu não planejo o próximo passo, eu só continuo com Jah Works (Deus Trabalhando) e de alguma forma as coisas parece que se juntam assim naturalmente.” – Julian Marley.
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