O reggae não é só um estilo musical, o reggae vai além, é um movimento social que trata da desigualdade, que fala da verdade, liberdade, respeito, paz e amor. O reggae é revolucionário, aqui você abre a sua mente, aqui você é livre!
O download da semana é o
álbum “Survival” de Bob Marley & The Wailers. Esse é o álbum mais
politizado de todos os trabalhos da banda, que aborda temas sociais e políticos
que o continente africano passou, diante de guerras, da fome e do domínio dos
brancos. O álbum chamava o povo à liberdade e chegou a ser censurado pelo
regime “Apartheid” que a África do Sul vivia.
Entre
os grandes sucessos desse excelente álbum estão às músicas “Zimbabwe”, “Africa
United”, “One Drop”, “So Much Trouble In The World” e “Ride Natty Ride”.
“Esse
é o melhor álbum reggae de todos os tempos”. – Jacob Hemphill
(SOJA)
Crescemos ouvindo falarem
que o reggae fala de maconha, que quem curte o reggae é louco, maconheiro. De
repente porque já naquela época, mais precisamente na década de 70, quando os
nossos pais viveram a juventude deles, assim como vivemos agora, e os mais
velhos passavam isso para eles, pois é o que muitas mídias e autoridades
passavam também já naquela época.
Mas quando se descobre à
liberdade da informação e procura-se saber, ser curioso em relação a tudo, abre-se
a mente, e passa-se a construir ideias, crítica, conhecimento, poder de
argumentar. Está aí um grande motivo da música reggae não está na mídia que nos
manipula. Pois a música reggae é extremamente crítica em relação à
desigualdade, corrupção, manipulação, a música alerta as pessoas a procurarem
os seus direitos, além de passar a mensagem de Deus, mensagens de respeito ao
próximo, os princípios do amor, paz e liberdade para todos, na cultura e música
reggae somos todos iguais, independente de cor, etnia, religião ou qualquer
outro tipo de diferença que a sociedade faça. Mais um motivo do reggae não está
na mídia, ninguém pensante, crítico e de mente aberta é bom para os governos e
poderosos, tudo é um jogo de interesses.
O fato é que Bob Marley não
era um maconheiro, mas sim um revolucionário, só que o seu instrumento de
batalha era a música. Na qual ele acreditava que poderia mudar as pessoas,
cura-las do mal, do ódio, ganância, traze-las para o lado do bem,
conscientizá-las, liberta-las da escravidão mental, libertar o povo humilde,
oprimido e discriminado. Bob Marley é considerado o Rei do Reggae, é visto como
uma das maiores vozes do povo pobre e oprimido, e um dos maiores defensores da
paz, da liberdade e da desigualdade social e de direitos. Ao sofrer um atentado
em 1978, onde levou um tiro no braço e dois dias após sofrer o atentado, Bob
Marley subiu ao palco para fazer o show pela paz (One Love Peace Concert).
Perguntaram a Bob Marley porque faria isso mesmo correndo risco de morte, e ele
respondeu: “As pessoas que fazem de tudo para piorar o mundo não descansam.
Porque eu que quero melhorar, tenho que descansar?” Um “cara” com tamanha
sabedoria e consciência de mudança por vezes foi intitulado como maconheiro? Um
“cara” desse é um mensageiro da paz, um ser humano notável, de honra, que
procurou fazer a diferença.
Bob Marley era sempre
perseguido pelos países em que passava em suas turnês, era seguido pelas
autoridades locais, que sempre revistavam as suas bagagens e instrumentos em
busca de algo que pudesse incriminá-lo, mas nunca encontravam nada. Mesmo assim
era sempre criticado, falavam que ele fumava “ganja” o dia inteiro, eu cresci
ouvindo isso. (história de Bob Marley).
(Bob Marley foi premiado com a “Medalha de Paz do Terceiro
Mundo” pelas Nações Unidas em 1978).
Só mais tarde eu pude pesquisar e
me aprofundar no assunto, cultura e saber a real história, não só no reggae,
mas em tudo, não podemos acreditar em tudo que falam e sair falando o mesmo por
aí, nem tudo o que nos é passado é verdade, podemos acabar sendo injustos com
as pessoas, às vezes com grandes pessoas que lutaram por algo que valesse a
pena, devemos saber a real veracidade, o que nos escondem e porque nos
escondem.
Vou
citar alguns trechos de músicas reggae e vocês mesmos podem avaliar a
veracidade e significado das letras e cultura e tirarem as suas próprias
conclusões:
“Até que a filosofia que
sustenta uma raça
Superior e outra inferior,
Seja finalmente e
permanentemente desacreditada e abandonada
Haverá guerra, eu digo
guerra.
Até que não existam mais cidadãos
De 1ª e 2ª classe de
qualquer nação
Até que a cor da pele de um
homem
Seja menos significante do
que a cor dos seus olhos
Haverá guerra
Até que todos os direitos
básicos sejam igualmente
Garantidos para todos, sem
discriminação de raça,
Terá Guerra.” (Bob Marley –
War)
“Liberte-se da escravidão
mental
Ninguém além de nós pode
libertar nossas mentes
Não tenha medo da energia
atômica,
Porque nenhum deles pode
parar o tempo
Por quanto tempo irão matar
nossos profetas,
Enquanto nós permanecemos de
lado olhando
Huh, alguns dizem que é
apenas uma parte dela:
Nós temos que cumprir o
‘livro’ (bíblia)”. - (Bob Marley – Redemption Song)
“Estamos salvos pelo pai e
não existe tempo ruim...
A sua história é você quem
faz
E não precisa ser em linha
reta.
Às vezes quem anda em linha
reta, vive de aparências e só.
Não sabe amar, não tem o que
dizer, não tem forças pra lutar.
O seu poder está dentro de
ti, jamais em outros lugares
Procure com fé, mas não em
outros lugares.” - (Mato Seco – Tempos de Flor)
“Não precisamos da sua
hipocrisia
Não precisamos ouvir e ver
mentiras
Porque nos tratam assim?
Porque nos tratam assim?
Não está certo o jeito que
nos levam
Não está certo como nos
governam
Como fazem pouco de mim?
Como tratam tantos
assim?...” - (Mato Seco – Interesses Caros)
“Nada vai poder nos parar
Deus está na frente
Ele vai abrindo caminho
A gente vai fazendo o que
tem que fazer...” - (Planta e Raiz – Um Novo Amanhecer)
(Zeider Pires da banda Planta e Raiz e Hélio Bentes da banda Ponto de Equilíbrio)
“Na infância você chora, te
colocam em frente da TV
Trocando suas raízes por um
modo artificial de se viver
Ninguém questiona mais nada,
os homens do ‘poder’ agora contam sua piada.
Onde só eles acham graça,
abandonando o povo na desgraça
Vidrados na TV, perdendo o
tempo em vão...
O interesse dos ‘grandes’ é
imposto de forma sutil
Fazendo o pensamento do povo
se resumir a algo imbecil:
Fofocas, ofensas, pornografia
Pornografia, ofensas,
fofocas
Futilidades ao longo da
programação...
Ditadura da televisão,
ditando regras, contaminando a nação!” – (Ponto de Equilíbrio – Ditadura da
Televisão)
“Qual é a cara do ladrão?
Quem é que vai saber?
Será moleque de calção?
Ou engravatado no poder?
Eu prefiro confiar
Só no amor de Deus
Pois o que o dinheiro não me
dá
Ele já me deu...” – (Planta
e Raiz – Qual é a Cara do Ladrão?)
“Construímos a sua prisão,
construímos suas escolas
Educação de lavagem cerebral
para nos fazerem tolos
Ódio é sua recompensa para o
nosso amor
Falando-nos do vosso Deus lá
de cima...
Aí vem o vigarista
Com mais um de seus planos
Não vamos aceitar suborno,
Nós temos que permanecer
vivos...” – (Bob Marley – Crazy Baldhead)
“Mesmo não querendo, nós
temos um inimigo,
Que em dia de tempestade nos
nega abrigo
Esse é o sistema, nós
armaremos o nosso esquema
Lutando com nossas próprias
armas pra anular o poder do inimigo
E
ajudar o povo a esquecer, que um dia ficou sem abrigo...” – (Ponto de Equilíbrio
– O Inimigo)
Essas letras mostram mais
uma vez, porque o reggae sempre foi e talvez sempre seja “excluído” ou pouco
divulgado nas mídias de maior repercussão, até porque muitas além de interesses
próprios existentes, não batem de frente com o “poder”, é uma espécie de
“conspiração”, censura dissimulada é uma Rat Race (Corrida de Ratos), como já dizia o Rei do
Reggae. Se o reggae realmente falasse de coisas ruins, ou pregasse o consumo da
maconha, com certeza estaria na mídia e era sensação como outras músicas que
tocam diariamente e são rapidamente distribuídas para o público, músicas que
falam de pornografia, palavrões, que trair é bonito, que fazem apologia ao
crime, ao consumo de bebidas e outros males.
Estamos vivendo dias
difíceis, onde a individualidade é cada vez maior, a violência cresce a cada
dia, a saúde é para quem tem dinheiro, a educação está abandonada, a corrupção
é rotineira, o poder é manipulador, a ditadura é disfarçada de democracia, não
podemos nos acomodar e achar que isso tudo é normal, pois não é, tudo está
errado.
O que podemos fazer é
continuar lutando dia a dia pela nossa bandeira, abrindo os olhos das pessoas
ao que está acontecendo, a filtrarem melhor as informações que estão nos passando, a procurarem os seus direitos, fazer o que é certo,
respeitar o próximo independente de qualquer diferença.
Continuaremos
lutando sempre por essa cultura e música que canta a igualdade, liberdade,
respeito, paz, amor, que fala de Deus, sempre com força, esperança e fé,
buscando o maior número de pessoas para o lado do bem, da sustentabilidade do
planeta e da vida.
“Na minha vida muita coisa
aconteceu
Descobrir o reggae foi um
presente de Deus
Ainda bem,
Que eu tenho a certeza
Só Jesus olha por nós
E
que nessa ideologia nunca estaremos sós...” – ( Planta e Raiz – Pra Poucos)
O download da semana é o terceiro álbum da banda
Ponto de Equilíbrio, o “Dia Após Dia Lutando”, que conta com a participação de
lendas remanescentes do tradicional reggae jamaicano, The Congos e Don Carlos,
além de Marcelo D2. Enquanto aguardamos o lançamento do novo trabalho “Juntos
Somos Fortes”, baixem e curtam o ótimo som de “Dia Após Dia Lutando”.
A banda Ponto de Equilíbrio
surgiu em 1999 no bairro de Vila Isabel, Rio de Janeiro, Brasil. Nasceu na zona
norte carioca conhecida como “o berço do samba”. Grande parte da banda já
convivia desde a infância na mesma comunidade de Vila Isabel, a banda mantém a
formação original com seus oito integrantes, Hélio Bentes (vocal), Pedro
Pedrada (baixo), Márcio Sampaio (guitarra base), Tiago Caetano (teclados),
Rodrigo Fontenele (percussão), Marcelo Campo (percussão), Lucas Kastrup
(bateria) e Ras André (guitarra solo).
O nome da banda surgiu
através de um sonho que um de seus integrantes teve, Lucas Kastrup. No sonho
ele via os oito membros da banda reunidos e o nome aparecia claro entre eles. O
nome significa o equilíbrio entre o céu e a terra, o positivo e o negativo, o
bem e o mal.
A banda iniciou tocando em
praias e bares do Rio de Janeiro. As letras compostas pelos próprios
integrantes, transmitem mensagens de igualdade, amor e justiça, de acordo com a
filosofia rastafari.
As influências musicais da
banda são bem amplas, além de sua origem ser no berço do samba de Vila Isabel,
os integrantes sempre tiveram em comum, o gosto pelo reggae tradicional
jamaicano, desde o reggae clássico de Bob Marley, Peter Tosh, Bunny Wailer,
Israel Vibration, The Congos, Burning Spear, entre outros. As influências ainda
passam pelo Jazz, Música Popular Brasileira e músicas tradicionais africanas.
Fica difícil definir influências específicas, pois cada membro traz a sua
bagagem pessoal e cultural, o resultado é a peculiaridade da banda, em busca do
Ponto de Equilíbrio.
No ano 2000, a banda gravou
o seu primeiro CD demo, contendo as músicas “Árvore do Reggae”, “Lágrimas de
Jah”, “Rastafará”, “Odisséia na Babilônia” e uma versão própria de “Soul
Rebel”, de Bob Marley.
O segundo CD demo foi
gravado em 2003, contendo 10 faixas e que seria o embrião do álbum “Reggae a
Vida Com Amor”, lançado em 2004 e distribuído para todo o Brasil. As músicas
“Aonde Vai Chegar (Coisa Feia)”, “Ponto de Equilíbrio”, “Ditadura da Televisão”
e “Jah Jah Me Leve” agradou em cheio os fãs do reggae e popularizou a banda em
escala nacional.
A banda iniciou sua
trajetória de apresentações para o Brasil, principalmente em São Paulo onde
ganhou um grande público nos anos seguintes. O primeiro CD da banda foi um
lançamento de forma independente e vendeu mais de 70 mil cópias, rendendo o
“disco de ouro” a banda.
Em 2006 a banda Ponto de
Equilíbrio já tocava com frequência nas capitais brasileiras. Em 2007 veio mais
um sucesso, o CD “Abre a Janela”, com músicas como “Poder da Palavra”, “O
Inimigo”, “Só Quero o Que É Meu”, “Soul Rebel” que já era um sucesso antigo da
banda, outro sucesso era “Lágrimas de Jah”, e ainda a faixa “Verdadeiro Valor”,
que tocou em grandes rádios agradando não só o público do gênero, mas também de
outros ritmos.
O sucesso da banda era cada
vez maior, a presença de palco de Ponto de Equilíbrio é impressionante, fazendo
shows para 20.000, 30.000 pessoas. O conteúdo das letras denuncia as
desigualdades sociais geradas pelo sistema capitalista, alerta para um chamado
espiritual de amor, verdade, justiça e mobiliza o povo na luta por seus
direitos.
“O objetivo é transmitir o que
acreditamos, é como numa conversa. Queremos ser entendidos por crianças, jovens
e idosos, ricos, pobres, por todos. As mensagens são basicamente de esperança,
acreditando que ainda é possível viver em harmonia, sendo realista no sentido
de encontrar e apontar problemas sociais e de convivência entre os homens, mas
vendo na música um canal até mesmo terapêutico. Acreditamos em uma mensagem
integrada entre letra e música, capaz de despertar reflexões e curas, além de
evidentemente ser um momento de descontração e diversão para músicos ouvintes.
Para nós a música é o melhor caminho, ela une e coloca todos em comunhão.” –
Ponto de Equilíbrio.
Em 2010 a banda lançou o seu
terceiro trabalho, o CD “Dia Após Dia Lutando”. Mais um grande sucesso, com
letras fortes, ótimas melodias, que reúne outros gêneros musicais ao reggae
raiz, além de contar com a participação de grandes nomes da música reggae como
The Congos e Don Carlos, e ainda o cantor Marcelo D2.
Nesse ano de 2013, Ponto de
Equilíbrio gravou o seu primeiro DVD, o tão esperado “Juntos Somos Fortes”, que
já foi finalizado e deve ser lançado em breve. A banda já disponibilizou uma
novidade desse novo trabalho, a música “Estar Com Você”.
A banda Ponto de Equilíbrio
é uma das principais referências da música reggae no Brasil, já fez turnê pela
Europa e leva não só o nome do país para fora, mais do que isso, leva uma
mensagem de transformação, de igualdade, justiça, liberdade, paz e amor, por um
mundo melhor.
“Muita
paz, amor e vontade de viver. Esperamos corresponder às expectativas e fazer
dos nossos shows uma manifestação do poder que a música possui para transformar
o homem em um ser mais próximo daquele que o criou.” – Ponto de Equilíbrio.
Originalidade, mensagens
positivas, vibrações e bons sentimentos, fazem de Rebelution uma das melhores
bandas de reggae da atualidade.
O download da semana é o
álbum “Courage to Grow”, lançado em junho de 2007, colocando o Rebelution no
cená lançado em junho de 2007,
colocando o Rebelution no cen bandas de reggae da atualidade.rio da música reggae. O
álbum tem ótimas canções como “Feeling Alright”, “Safe and Sound”, “Other
Side”, além da faixa título do álbum “Corage to Grow”.
Com letras conscientes,
elementos da música contemporânea, mas que mantém as raízes da musica reggae,
que fizeram Rebelution conquistar não só os fãs do gênero, mas também de outros
estilos musicais.
Rebelution é uma banda de
Santa Barbara, Califórnia, Estados Unidos. Originalmente formada em 2004, os
membros Eric Rachmany (vocal/ guitarra), Rory Carey (teclado), Wesley Finley
(bateria) e Marley D. Williams (baixo), se conheceram na faculdade, enquanto
residentes em Isla Vista, uma comunidade à beira-mar em Santa Barbara.
Em 2004 a banda Rebelution
lançou um EP de forma independente e começaram a ganhar espaço, tocando em
shows locais de forma consistente, conquistando rapidamente o público e a
crítica.
“A música do Rebelution foi
definida por especialistas como moderna, otimista, inspiradora, engajada e com
mensagens que fazem os ouvintes terem o senso de que podem fazer do mundo um
lugar melhor. Ao juntar letras conscientes com novos elementos da música
contemporânea, mas mantendo as raízes do reggae, a banda cativa não apenas
amantes desse ritmo, mas fãs de todos os estilos musicais”.
O primeiro álbum oficial da
banda “Courage to Grow”, foi lançado em junho de 2007, trazendo grandes sucessos
como “Feeling Alright”, ”Safe and Sound”, “On My Mind”, além da canção título
do álbum “Courage to Grow”. Outras ótimas canções também se destacaram, o álbum
era de excelente qualidade, tanto musical quanto em suas mensagens, algo
diferente do que se via no cenário musical, foi um sucesso instantâneo. Logo a
banda invadiu as gigantes rádios americanas, onde permaneceria por anos.
O Rebelution se transformou
em uma das bandas de reggae mais populares e requisitadas nos Estados Unidos,
com uma sequência de mais de 20 shows por mês.
O álbum “Courage to Grow”,
foi eleito o melhor álbum reggae do ano pelo iTunes, e está até hoje entre os
mais vendidos. A banda também passou a ser conhecida na Europa, onde já esteve
em turnê, também teve uma passagem discreta pela América do Sul, inclusive
abrindo shows do SOJA no Brasil. Mas logo a banda deve estar pintando por aqui
de novo, dessa vez como uma das atrações principais.
Dois anos mais tarde do
sucesso de Courage to Grow, Rebelution lançou em agosto de 2009 o seu segundo
álbum oficial, intitulado “Bright Side Of Life”, outro grande sucesso. O álbum
dominou as paradas do iTunes, estando em 1º lugar no gênero reggae e em 3º mais
baixado entre todos os gêneros musicais. O álbum também alcançou o 1º lugar na
Billboard Reggae.
“Bright Side Of Life”
revelou outros grandes sucessos como, “Wake Up Call”, “Outta Control”, Lazy
Afternoon” e “Suffering”, mostrando a maturidade adquirida pela banda, os
colocando de vez no cenário da música reggae.
“Era muito
importante para nós continuarmos motivados a fazer o que nós fazemos melhor,
que é música. Sentimos que as pessoas precisam ser encorajadas a estarem
motivadas da mesma forma, portanto colocamos toda nossa inspiração nesse
álbum”. – Eric Rachmany
A banda passou os anos seguintes
em grandes e intensas turnês, que hoje chagam a durar quatro meses
ininterruptos.
Em 2011 o Rebelution ainda
lançou um álbum com músicas da “Winter Greens Tour Sample”, com músicas tocadas
durante a turnê, não só da banda, mas também de artistas participantes, nomes
como Junior Reid, Iration, Giant Panda Guerrilla Dub Squad e Orgone, além da
música “Suffering” em versão remix e com a participação de Jacob Hemphill da
banda SOJA e “Safe and Sound” versão remix com a participação de Zion-I, o
Rebelution ainda toca uma faixa Dub ao vivo, ótimos sons alternativos.
Em janeiro de 2012,
Rebelution lançou o seu terceiro álbum oficial “Peace of Mind”, através do seu
próprio selo 87 Music, em parceria com a gravadora Controlled Substance Sound
Labs, que também produz nomes como Slightly Stoopid, Giant Panda Guerrilla Dub
Squad, The Expendables, entre outros.
"Peace of Mind" foi lançado
como álbum triplo, que inclui versões acústicas e Dub de cada música. Mais um
grande sucesso da banda, estreando em 13º na “Billboard Top 200” e 1º no gênero
reggae. Ainda ficou em 4º no “Gráfico iTunes” de álbuns em geral.
O Rebelution não para,
depois da turnê “Peace of Mind Tour 2012”, a banda vem trabalhando desde o
início de 2013, além de tocar nas 43 datas da “Winter Greens Tour 2013” que
atravessa os Estados Unidos, a banda está na “Spring Greens Tour 2013” e na
sequência irá fazer a “Good Vibes Summer Tour 2013”, que ainda conta com Matisyahu,
Collie Buddz e Zion-I.
Quem
ainda não teve a oportunidade de conhecer o som do Rebelution, essa é a hora,
uma das melhores bandas de reggae da atualidade, com sons diferentes,
personalidade, presença de palco, originalidade, mensagens conscientes,
vibrações e bons sentimentos. Surpreenda-se com esse excelente som.
O download da semana é uma
das obras primas de Bob Marley & The Wailers, o álbum “Exodus” lançado em
junho de 1977, enquanto Bob Marley morou em Londres após sofrer um atentado em
1976 na Jamaica. Exodus foi eleito em 1999 como “O Melhor álbum do século XX”, entre
as canções estão os sucessos “Natural Mystic”, “Jammin´”, “Waiting In Vain”,
“Three Little Birds”, “Turn Your Lights Down Low”, além da faixa título
“Exodus” e a Canção do Milênio “One Love”.
Baixe
Exodus, um dos melhores álbuns de todos os tempos.
Bob Marley é um artista que
dispensa apresentações, com suas letras, sons e mensagens que revolucionaram a música.
Mas vamos para uma breve história da vida de um dos maiores artistas de todos
os tempos.
Robert Nesta Marley, mais
conhecido como Bob Marley, nascido no dia 6 de fevereiro de
(Norval Sinclair Marley e Cedella Broker)
1945, em Saint Ann,
Nine Mile, Jamaica. Filho de Norval Sinclair Marley, um militar branco, capitão
do exército inglês britânico e Cedella Brooker, uma adolescente negra do Norte
da Jamaica. Após a morte de Norval em 1957, sua mãe Cedella casou-se com Toddy
Livingstone e mudou-se para Trenchtown, a maior e mais miserável favela de
Kingston. Bob era provocado e rejeitado pelos negros locais, por ser mestiço e
ter baixa estatura, ele teve uma juventude muito difícil, o que o ajudou a ter
personalidade e um ponto de vista bastante crítico a respeito dos problemas
sociais, que lhe inspiraram muito em suas composições.
(Bob Marley ainda jovem em Kingston)
"Meu pai é
branco... e minha mãe é negra. Agora me chamam de mestiço...ou o que quer que seja. Bem...não estou do
lado de ninguém. Não estou do lado dos negros,nem do lado dos brancos. Eu estou do lado de Deus,o homem que me criou... e que me fez nascerde uma negra e de um branco." - Bob Marley.
Bob desde muito cedo já
tinha uma ligação muito forte com a música, através de alguns familiares. Ele e
seu amigo Bunny Wailer improvisavam guitarras feitas de lata (caixa de rumba) e
acompanhavam os sucessos vindos da América, sintonizados em um mini-rádio eles
captavam artistas como Ray Charles e Brook Benton, um dos preferidos de Bob
Marley, e grupos como Drifter, muito populares naquela época na Jamaica.
Época em que ter um rádio
era luxo, então nomes como CoxsoneDodd e Leslie Kong ficaram muito famosos por seus
“Sound Systems” (Sistemas de Som), que eram furgões equipados com aparelhagem
de som, que faziam a animação da rapaziada nas ruas dos guetos.
(Famosos Sound Systems)
No início da década de 60, o
movimento R&B começou a decair nos Estados Unidos, tornando difícil a
aquisição de discos para satisfazer o que o povo jamaicano exigia. Foi aí que
os donos dos Sound Systems se viram obrigados a investir em talentos locais.
Nessa época surgiu o som do SKA, um vibrante som resultante do R&B e das
Big Bands. A independência da Jamaica em 1962, deixando de ser uma colônia
britânica, ajudou na criação de uma música originalmente jamaicana. Os antigos
donos dos Sound Systems tornaram-se então produtores, onde descobriam rapazes
que tivessem algum talento em cantar suas emoções vividas nos guetos de
Kingston, faziam então discos de SKA.
Quando Bob largou a escola,
aos 14 anos, decidindo dedicar-se exclusivamente à música. Sua mãe temia que
ele viesse a se tornar um “rude boy” (como são conhecidos os delinquentes
juvenis na Jamaica). Bob Marley passava suas horas livres ao lado de Bunny
Wailer aperfeiçoando suas habilidades vocais. Eles eram ajudados pelo
cantor Joe Higgs, um dos célebres habitantes de Trenchtown na época. Joe dava
aulas informais de canto para aspirantes que tivessem interesse em aperfeiçoar
suas habilidades. Foi em meio a essas sessões que Bob Marley e Bunny Wailer
conheceram Peter Tosh.
(Bunny Wailer e Peter Tosh. Amigos de Bob e parceiros no The Wailers)
Em 1962, Bob gravou a sua
primeira canção, “Judge Not”, sua primeira composição que foi produzida por
Leslie Kong, que bancou suas primeiras gravações. Mas as sua músicas não
fizeram sucesso, então Bob decidiu que o caminho a seguir era montar uma banda,
naquela época algumas bandas americanas faziam sucesso na Jamaica, ele estava
ainda mais decidido a se tornar um cantor. Bob juntou-se com Bunny Wailer e
Peter Tosh, formando o “Wailing Wailers”, diziam que ao nascer no gueto,
nasciam para lamentar, “Wail” significa “lamentar”, então era assim que eles
deveriam se chamar. O grupo tinha um mentor, o percussionista rastafari Alvin
Patterson, que os apresentou para o produtor Coxsone Dodd.
(Coxsone Dodd, fundador do famoso "Studio One")
Em 1963, ao ouvir os
Wailers, Coxsone disse que estavam preparados e resolveu grava-los e os por pra
valer nas paradas da Jamaica. Os Wailers gravaram o seu primeiro single, “Simmer
Down”, nas ultimas semanas de 1963, em janeiro do ano seguinte já era a
primeira música nas paradas jamaicanas, e tocava por várias vezes seguidas nas
famosas “Jukeboxes”.
Os Wailers eram a grande
novidade no cenário jamaicano, “Simmer Down” causou grande sensação e o grupo
começou a gravar com regularidade para o lendário “Studio One” de Coxsone Dodd.
(Bob Marley, Bunny Wailer e Peter Tosh. "Wailers")
Nos anos seguintes a banda
de Bob colocou mais alguns hits nas paradas, o grupo agora era popular, os
“rude boys” se identificavam com o som dos Wailers, a música jamaicana agora
tinha uma identidade e quem falasse a mais pura linguagem do gueto. Mesmo assim
atravessavam dificuldades econômicas, naquela época os artistas não recebiam
pelos trabalhos, a maior parte do dinheiro ficava com as gravadoras e
produtores.
Na mesma época a mãe de Bob
havia se mudado para Delaware, Estados Unidos, Bob também estava disposto a ir
para junto de sua mãe, ela queria que ele começasse uma nova vida por lá. Ainda
antes de ir Bob conheceu uma jovem, Rita Anderson, no dia 11 de fevereiro de
1966 ele se casou com ela e já no dia 12 foi para os Estados Unidos.
Bob ficou apenas oito meses
nos Estados Unidos, onde trabalhava pilotando uma empilhadeira em uma montadora
de carros (Crysler). Sua paixão sempre foi a música, e Bob não estava contente
nos Estados Unidos, o que ele ganhou durante o tempo de trabalho era o
suficiente para financiar a sua grande ambição.
De volta a Jamaica e unido novamente a Bunny
Wailer e Peter Tosh, o grupo simplificou o nome para “The Wailers” e estava reorganizado. A música jamaicana
havia se transformado, e o antigo SKA tinha sido substituído pelo Rocksteady,
ritmo mais lento e sensual.
Nessa época o The Wailers já
havia assumido um compromisso com o Movimento Rastafari, eles estavam
aprofundados na cultura e agora sua música abordava temas sociais e
espirituais, que se tornaram marca registrada e seu maior legado, que
revolucionaram a música.
“Bob Marley acreditava que através da sua música
ele poderia libertar o seu povo, curar as pessoas do ódio, do mal, da ganância,
abrir os olhos do povo a procurarem os seus direitos, trazer o respeito, a paz,
a liberdade, a sua influência na Jamaica era muito maior que a do próprio
governo, sua música era sua arma contra o sistema, contra as guerras.”
Mas o compromisso que o The
Wailers havia assumido com o Movimento Rastafari, causou um desentendimento com
Coxsone Dodd. Então eles decidiram criar o seu próprio selo, “Waili´n Soul´m”.
Eles gravaram “Bend Down Low”, que chegou ao primeiro lugar e conseguiram o seu
próprio dinheiro. As suas músicas dominavam os “Sound Systems”, ”Jukeboxes” e
os “Salões de Dança”. Apesar de conseguirem sucesso no início, a firma acabou
falindo no final de 1967. O grupo sobreviveu como compositores para uma
companhia associada ao cantor americano Johnny Nash, que teve um grande sucesso
internacional com a composição de Bob Marley, “Stir it Up”.
(Lee "Scratch" Perry o mago dos estúdios)
No início da década de 70,
Coxsone Dodd, Studio One, Dualcreed, Trojan e Prince Buster, decidiram criar
uma organização chamada “The Big Tree”. Então o The Wailers conseguiu o seu
espaço, o grupo começou a trabalhar com o produtor Lee “Scratch” Perry, o mago
dos estúdios, que transformou as possibilidades técnicas de gravações em uma
forma requintada de arte. Essa união rendeu algumas das mais belas produções
musicais da banda, músicas como “Soul Rebel”, “Duppy Conqueror”, “400 Years” e
“Small Axe”. Músicas que não foram apenas clássicos, mas que revolucionaram e
definiram a direção do Reggae, a partir daí se conheceu o famoso “Tchaka” das
guitarras e o som que acompanha as batidas do coração.
Nesta época os irmãos Aston
“Family Man” Barret e Carlton se uniram ao The Wailers, eles formavam a base
rítmica dos “Uppsetters”, o grupo de estúdios de Lee “Scratch” Perry, os dois
irmãos eram indiscutivelmente a melhor base rítmica da época, e o The Wailers
junto a eles começou a ganhar forma. A banda já era aclamada por todo o Caribe,
mas ainda era desconhecida internacionalmente.
Em 1971, Bob aceitou o
convite de Johnny Nash para acompanhá-los até a Suécia, onde o cantor americano
iria produzir a trilha sonora para um filme sueco. Enquanto estava na Europa,
Bob assinou um contrato com a CBS, que também era gravadora de Nash. Em 1972 os
Wailers estavam em Londres promovendo um single para a CBS, “Reggae on
Broadway”, mas assim como o filme de Nash, o projeto também fracassou, e os
Wailers se viram em uma roubada numa terra tão distante.
Mas alguém havia ligado para
Chris Blackwell, dizendo que "Bob Marley & The Wailers estavam em Londres e
se ele gostaria de conhecê-los". Blackwell estava ansioso para conhecê-los,
porque já tinha ouvido falar neles.
Chris Blackwell era um
jamaicano branco, descendente de ingleses, que pertencia a uma rica e
tradicional família na ilha, ele havia fundado a Island Records na Jamaica no
final da década de 50, e já estava envolvido com a cultura musical jamaicana
antes mesmo da época do SKA. A Island Records foi uma das pioneiras em exportar
a música jamaicana para o mundo, se tornou a principal responsável por
lançamentos da música da ilha do Reino Unido. A gravadora também havia
expandido os seus negócios para o rock´n roll, e produzia grandes artistas do
gênero. Bob Marley estava se conectando com a mais quente das gravadoras
independentes da época.
Foi oferecida uma oferta de
confiança ao grupo, e uma carta branca para eles irem para a Jamaica produzirem
o material para o primeiro álbum do The Wailers na Island Records. Era a primeira
vez que uma banda de reggae tinha esse tipo de tratamento, comparável a seus
contemporâneos do rock, com acesso ao mais alto nível de gravação. Antes disso,
se considerava que o reggae só vendia discos singles ou coletâneas de baixo
custo. O produtor foi advertido por várias pessoas a não confiar tanto assim
nos garotos, que possivelmente eles sumiriam com o dinheiro sem que entregassem
resultados.
Depois de alguns meses o The
Wailers estava de volta a Londres com o material que haviam gravado na Island
de Kingston. Para tornar o material mais aceitável ao público internacional,
foram acrescentados as gravações originais, solos de guitarra e linha de
teclados executados por músicos ingleses (overdubs). Blackwell queria lançar o The
Wailers como uma banda de rock, composta por negros jamaicanos. O resultado foi
o álbum “Catch a Fire”, o disco foi
(Disco Original "Catch A Fire" de 1973)
pesadamente promovido, iniciando a escalada
internacional do sucesso de Bob Marley.
As músicas de Bob Marley,
com suas letras de paz, protesto e críticas sociais, contrastavam completamente
com o que rolava no cenário da música rock da época. A gravadora decidiu que o
The Wailers deveria excursionar, fazendo shows tanto na Europa, como nos
Estados Unidos, mais uma completa novidade para uma banda de reggae.
A banda embarcou pela
Europa, solidificando as suas performances ao vivo. Depois de três meses
voltaram à Jamaica, onde Bunny Wailer decepcionado com a vida na estrada e com
o fato de não terem falado a eles que a turnê era promocional e que eles não
ganhariam dinheiro algum. Bunny decidiu por não participar da turnê pelos
Estados Unidos, achando que os outros fariam o mesmo por não estarem contentes,
mas eles prosseguiram. Bunny Wailer foi substituído por Joe Higgs, o mestre
musical da adolescência dos Wailers.
Nos Estados Unidos, Bob
Marley & The Wailers lotaram alguns clubes noturnos e abriram shows de
outros artistas. A repercussão da banda era muito boa, e foram arranjadas 17
datas para o The Wailers abrirem shows de Sly & The Family Stone, que na
época era a maior banda de Black Music da América. Após abrirem os quatro
primeiros shows para a banda, Bob Marley e sua banda foram retirados da turnê,
pois Bob Marley & The Wailers estavam se destacando mais do que a banda que
deveria ser a atração principal.
Logo
após o impacto do álbum “Catch a Fire” no mercado europeu, Blackwell entregou a
Bob Marley as chaves da “Island House”, uma bela casa situada na Hope Road 56, parte
rica de
(A famosa casa de Bob Marley na Hope Road 56)
Kingston e que ficava perto da sede do governo, casa que mais tarde BobMarley viria a comprar. Em pouco tempo o novo quintal de Bob se tornaria o núcleo da
criação e uma espécie de comunidade, com livre acesso para a família, seus
amigos do gueto, rastas, namoradas, músicos de todas as partes, jornalistas de
todo o mundo, e outros que eventualmente apareciam para jogar o famoso futebol
no fim de tarde no estacionamento, o futebol era uma das paixões de Bob. Ele
dizia que “trazia o gueto a cidade alta”.
(Uma das paixões de Bob Marley era o futebol)
“Eu adorava aquele
lugar, adorava a casa antiga com pisos de madeira, era simplesmente encantadora,
fresca e arejada, era ótima. Sempre há uma corrente de pessoas subindo e
descendo, gritando e rindo, normalmente se divertindo, e eu estava lá. A coisa
mais importante culturalmente que estava acontecendo na Jamaica, estava
acontecendo ali. Era o quartel general, o centro de tudo, Bob Nunca sai de Hope
Road 56. Vinham pessoas do mundo todo para vê-lo.” - (Cindy Breakspeare, Miss Mundo e mãe de Damian Marley, um dos filhos de Bob Marley)
Bob Marley dava dinheiro e
comida para pessoas que vinham pedir, era comum formarem filas, mulheres com
bebês, crianças, jovens, homens que queriam começar um negócio. E o dinheiro
que ele dava não era pouco, era o suficiente para que se começasse até um
negócio.
Neste clima de nova vida
comunitária, religiosa e criativa que se encontra a tradução do disco “Burnin”,
segundo lançamento pela Island Records no final de 1973. As músicas com
conteúdo ainda mais politizado e social, conquistaram o público branco da
Europa e Estados Unidos, em clássicos como “Get Up, Stand Up”, na qual Bob
alerta as pessoas para que
lutem por seus direitos. Estava acontecendo uma
verdadeira revolução musical e ideológica.
(Mick Jagger, Jackson Five e George Harrison com Bob)
celebridades começavam a
admirar o ascendente trabalho de Bob, como Paul McCartney, Mick Jagger e
Jackson Five. O lendário Eric Clapton ressurgiu gravando “I Shot the Sherif”,
versão que atingiu os primeiros lugares das paradas o colocando novamente no
cenário musical e alavancando ainda mais a carreira de Bob Marley & The
Wailers.
Em 1974 foi lançado o álbum
“Natty Dread”, com o sucesso da música “No Woman No Cry”, que atingiu o
primeiro lugar na parada inglesa, tornando Bob Marley ainda mais popular. A
essa altura Peter Tosh também havia deixado a banda após 12 anos como 2ª voz dos
Wailers, insatisfeito com o tratamento e falta de reconhecimento de produtores
com o seu trabalho. O grupo contava agora com as “The I-Three”, que era formado
pelas cantoras Judy Mowatt, Marcia Griffiths e Rita Marley, mulher de Bob.
Com o lançamento do álbum
“Rastaman Vibration”, em 1976, Bob Marley conquistou de vez a fama nos Estados
Unidos. Na Jamaica a sua fama já era quase mítica.
(Bob Marley & The Wailers and The I-Three durante turnê - 1976)
No
mesmo ano de 1976, havia uma guerra civil entre militantes de dois partidos
distintos da Jamaica, um dos períodos mais sangrentos da história do país. Bob
Marley resolveu que daria um show gratuito pela paz e união. O
primeiro-ministro Michael Manley, líder do partido PNP, apoiou e deu força ao
concerto pela paz, supostamente para apaziguar as tensões entre os partidos,
mas muitos dizem que o que ele queria na verdade era usar o show como benefício
para ganhar votos, pois Bob Marley tinha uma grande influência na Jamaica, quem
ele apoiasse com certeza ganharia as eleições, até por isso Michael Manley
antecipou as eleições para uma data mais próxima após o concerto pela paz. Mas
a verdade é que Bob não apoiava político e nem partido.
“Quando há violência política os jovens brigam
entre si e pelos políticos. Eu realmente me sinto mal. Acho que nenhum deles
faz nada de bom pelo povo. É dividir e dominar.” – (Bob Marley).
“Eu nunca apoiei o governo de Michael Manley,
nunca. Eleições? Quem quer que ganhe os problemas continuarão os mesmos.” –
(Bob Marley).
Porém, dois dias antes do
show, a casa de Bob na Hope Road 56, foi invadida por pistoleiros, supostamente
opositores ao partido de Michael Manley. Dispararam para todos os lados, Bob
Marley estava na cozinha no momento, mas ninguém foi morto aquela noite. Don
Taylor empresário do The Wailers foi atingido por vários tiros, Rita Marley levou um tiro de
raspão na cabeça e Bob levou um tiro que raspou e queimou em seu peito, se
alojando em seu braço esquerdo. Mas no dia 5 de dezembro, dois dias após sofrer
o atentado, mesmo sendo orientado a não fazer o show, Bob Marley resolveu que
subiria ao palco, mesmo baleado e correndo risco de morte. Mesmo com os
curativos, Bob se apresentou no show “Smile Jamaica”, pela paz, durante o show
mostrou os seus ferimentos ao público. Ao ser questionado porque mesmo naquele
estado e correndo risco, porque fez o concerto pela paz, ele respondeu com a
seguinte frase: “As pessoas que fazem de tudo para piorar o mundo não
descansam. Por que eu, que quero melhorar, tenho que descansar?”.
(Bob Marley no concerto "Smile Jamaica" em 1976)
Após o concerto “Smile
Jamaica”, Bob Marley mudou-se para Londres. Ele não apoiava nenhum partido, mas
a sua influência era grande, as sua músicas faziam críticas políticas e
sociais, um dos grandes motivos pelo qual tentaram o calar, o perseguiram por
onde passou, tentaram achar uma forma de incriminá-lo, mas nunca acharam nada
com o que pudessem fazer isso, pois não havia, as suas músicas eram a sua arma,
elas falam a verdade.
Já em Londres, Bob Marley
gravou o álbum “Exodus”, um verdadeiro sucesso. The Wailers era cada vez maior,
o domínio das paradas inglesas e americanas era absoluto.
(Bob Marley, Edward Seaga e Michael Manley)
Em 1978, Bob Marley voltou
para a Jamaica. Ele queria comemorar em grande estilo, e resolveu fazer um
grande show gratuito. Em 22 de abril de 1978, Bob Marley & The Wailers se
apresentaram no Estádio Nacional de Kingston, no famoso “One Love Peace
Concert”. Foi nesse show que aconteceu um dos fatos, se não o mais marcante em
sua carreira, quando sem ter combinado e sem que ninguém esperasse, Bob Marley
durante a música “Jammin´”, começou a falar coisas bonitas e pedir que “Deus
nos ajudasse nessa noite”. Ele convidou o primeiro-ministro jamaicano, Michael
Manley, líder do partido PNP, e o líder Edward Seaga do partido de oposição PTJ,
para que subissem ao palco. Ao subirem ele pediu que dessem as mãos, e ali
fizeram um acordo de paz. Nesse momento a multidão foi à loucura, foi um
momento maravilhoso em que a paz foi instituída na Jamaica.
Ainda em 1978, Bob Marley
& The Wailers lançaram mais um grande álbum, “Babylon By Bus”, disco ao
vivo. Um dos maiores sucessos também foi lançado em 1978, o álbum "Kaya". A banda estava viajando o mundo, além de visitarem a África pela primeira
vez, ainda passaram por Austrália, Japão e Nova Zelândia. O sucesso mundial era
impressionante.
Em 1979, Bob Marley &
The Wailers lançam o excelente álbum “Survival”, o mais politizado de todos os
trabalhos da banda, que abordava temas sociais e políticos que o continente
africano passava, diante de guerras, da fome e do domínio dos brancos. O álbum
tinha entre os grandes sucessos “Africa United” e “Zimbabwe”. O álbum
chamava o povo à liberdade, e chegou a ser censurado pelo regime “Apartheid”
que a África do Sul vivia.
Em 1980 Bob Marley & The
Wailers foram convidados para tocar na cerimônia de independência do Zimbabwe.
Como o país não tinha condições de bancar o show e estrutura da banda, Bob
Marley pagou o transporte dos equipamentos e outros gastos do próprio bolso. Em
maio de 1980 eles lançaram o álbum “Uprising”, outro sucesso instantâneo no
mundo inteiro, que tinha músicas como “Could You Be Loved” e “Redemption Song”.
Os Wailers embarcaram em sua
maior turnê pela Europa, arrastando multidões por onde passavam, inclusive no
lendário show em Milão, Itália, com público de 100.000 pessoas, recorde
absoluto até então para qualquer banda no mundo. Bob Marley & The Wailers
eram a banda mais importante daquele ano, o álbum “Uprising” bateu todas as
paradas de sucesso, foi o período máximo na carreira de Bob Marley.
(Bob Marley em apresentação histórica na Itália em 1980)
(Show histórico no Estádio San Siro na Itália em 1980)
Após a grande turnê pela
Europa, Bob Marley partiu com a banda para os Estados Unidos, onde teriam uma
vasta maratona de shows marcada. Durante o segundo show, Bob passou mal no
palco, aí começou a ser averiguado o que se passava com o grande ídolo do
reggae. Mesmo com problemas de saúde Bob Marley ainda fez mais um grande show,
no qual ele sentia que seria o ultimo de sua carreira. No dia 23 de setembro de
1980, em Pittsburgh, Estados Unidos. Logo o mundo recebeu a triste noticia de
que Bob Marley estava com câncer.
A doença teria sido
decorrente de um ferimento que Bob sofreu no dedão do pé, durante uma partida
de futebol, ainda em 1977 em Londres. O ferimento havia infeccionado a ferida
não havia cicatrizado, foi então diagnosticado que Bob sofria de uma espécie de
câncer (melanoma), doença que era típica de pessoas brancas, e desenvolveu em
sua unha. Os médicos no tempo do diagnostico, aconselharam a amputar o dedo, ou
remover um pedaço apenas, mas Bob se recusou a fazer isso, devido à filosofia
rastafari, de que o corpo é um templo que ninguém pode modificar. Ele também
estava preocupado no impacto que a operação poderia causar em sua dança, ele
temia que a amputação afetasse a sua carreira, no momento em que estava no
auge.
(Estátua de Bob em Kingston)
No tempo em que foi
esquecida a doença, o câncer se espalhou pelo cérebro, pulmão e estômago. Bob
lutou contra a doença por oito meses, se tratava na clinica do Dr. Joseph
Iseels na Alemanha. Em maio de 1981, o Dr. Iseels anuncia que nada mais poderia
ser feito, Bob Marley já estava abatido pela doença e resolveu retornar para
sua casa na Jamaica, ele queria passar os seus últimos dias com sua família e
amigos. Mas não foi possível completar a viagem, tendo que ser internado em um
hospital em Miami. Bob Marley faleceu no dia 11 de maio de 1981 aos 36 anos.
A
música, a mensagem e a lenda Bob Marley, ganharam ainda mais força após a sua
morte. Também deu a ele um status mítico, similar ao de Elvis Presley e John
Lennon. Bob Marley é enormemente popular e muito conhecido em todo o mundo. É
considerado o Rei do Reggae, é visto como uma das maiores vozes do povo pobre e
oprimido, e um dos maiores defensores da paz, da liberdade e da desigualdade
social e de direitos. Após a sua morte, a data de seu aniversário, o dia 6 de
fevereiro, foi decretado feriado na Jamaica. Bob Marley foi enterrado na Jamaica
como herói e é considerado um “Herói Nacional”.
“Se todos nos unirmos e dermos as mãos, que
sacará as armas? – Eu só tenho uma ambição: que a humanidade viva unida.
Negros, brancos, orientais, todos juntos.” – Bob Marley.
Prêmios e Honrarias
Banda do ano de 1976 pela
Rolling Stone.
Premiado com a “Medalha de Paz
do Terceiro Mundo” pelas Nações Unidas em 1978.
Premiado com a mais alta condecoração jamaicana,
a “Ordem ao Mérito” em 1978.
Álbum do século em 1999, pelo disco “Exodus”.
Estrela na Calçada da Fama de Hollywood em 2001.
Premiado com um Grammy pelo “Conjunto da Obra”
em 2001.
“One Love” chamada de Canção
do Milênio pela BBC.
Votado como um dos maiores letristas de todos os
tempos por uma pesquisa da BBC.
Classificado com um dos maiores artistas de
todos os tempos pela Rolling Stone Magazine.
Quem ainda não teve a oportunidade de assistir ao excelente filme que conta a trajetória do Rei do Reggae, onde amigos e familiares que viveram com Bob contam ótimas histórias a seu respeito. Assistam e conheçam mais sobre essa grande lenda, que revolucionou a história da música.