Atualmente, o único integrante vivo e em atividade é
Bunny Wailer e, em novembro deste ano, ele desembarca pela primeira vez em
turnê no Brasil, onde fará 4 shows. Um momento histórico para o reggae no
Brasil. Enquanto aguardamos, essa semana ele desembarca no nosso blog.
Nascido em Kingston, Jamaica, em 10 de abril de 1947, seu
nome de batismo é Neville O’Riley Livingstone. É cantor, compositor e
percussionista. Conheceu Bob Marley ainda criança e a amizade entre eles ficou
mais forte depois que a mãe de Bob, Cedella Broker, se tornou companheira do
pai de Bunny, Toddy Livingstone. Os dois amigos se tornaram irmãos e
continuariam se tratando assim até a morte do maior ídolo da música reggae, em
1981. A carreira musical dos dois também se cruzou desde o início.
Um ano depois de gravar o seu primeiro compacto, “Judge
Not”, Bob Marley formaria com Bunny Wailer e Peter Tosh o grupo The Wailers,
que se destacaria nos anos seguintes entre dezenas de grupos que surgiram
naquela época na Jamaica.
Bunny Wailer, Bob Marley e Peter Tosh |
Depois de ficar quase dez anos nos Wailers, Bunny gravou
seu primeiro compacto solo, “Search For Love”, pelo seu selo independente,
Solomonic Records. Ao mesmo tempo os Wailers assinavam contrato com a Island
Records e começavam a sua carreira internacional. Os Wailers lançaram o
explosivo álbum “Catch a Fire”, atraindo a atenção da imprensa mundial e
levando o grupo a uma cansativa turnê pela Europa no ano de 1973.
Depois de um descanso na Jamaica, deveriam voltar para a
estrada, dessa vez indo para os Estados Unidos, mas Bunny se recusou a viajar.
Ele estava decepcionado com a vida na estrada, e com o pouco dinheiro pago para
eles, além de não terem informado à banda que era uma turnê promocional, Bunny
também dizia que Chris Blackwell (Fundador da Island Records) “Expunha demais a
banda, com shows em clubes para pervertidos”. Bunny já estava comprometido seriamente
com o Movimento Rastafári e não gostava dessa exposição, nem de ficar tanto
tempo longe da sua terra natal e de seus rituais. Ele decidiu por não
participar dessa parte da turnê pelos Estados Unidos e acreditava que os
companheiros fariam o mesmo, Peter também não estava contente, mas decidiu
continuar, Bob estava entusiasmado com a ascensão da banda e achava importante
levar o som dos Wailers para novas pessoas, então Bunny ficou na Jamaica, sendo
substituído por Joe Higgs, o mestre musical da adolescência dos Wailers.
Momento clássico dos Wailers em grande performance para BBC de Londres |
Alguns meses depois, após a turnê pelos Estados Unidos e
a gravação do álbum “Burning”, Bunny deixou a banda e em seguida Peter Tosh
também fez o mesmo. Bunny e Peter acreditavam serem injustiçados por Chris
Blackwell, que não tinham o reconhecimento merecido. Realmente Chris voltara as
atenções para Bob, onde ele via um grande diferencial, o nome da banda já havia
sido mudado para “Bob Marley & The Wailers”, ambos também tinham
potencial vocal, mas decidiram seguir seus próprios caminhos. Eles foram
substituídos pelas “I-Threes” para que fosse mantido o apoio vocal da banda.
Era o começo de uma nova fase para Bunny, em que ele
lançaria seus trabalhos em estúdios com regularidade, mas reduziu a
apresentação em shows fora da Jamaica por não querer viajar muito.
O seu primeiro LP solo, “Blackheart Man”, é hoje aclamado
como uma obra prima do roots
reggae e é por muitos considerado como o seu
melhor trabalho, ao lado de “Liberation”. As produções posteriores manteriam a
qualidade, mas os seus trabalhos mais populares foram os álbuns realizados em
homenagem aos Wailers. Chamando para si a responsabilidade de manter vivo o
legado do grupo. Ele gravou “Sings The Wailers”, “Time Will Tell” e “Hall of
Fame”, ganhando o Grammy de Melhor Álbum de Reggae pelos dois últimos. Outro
álbum que lhe rendeu o prêmio Grammy foi “Crucial! Roots Classics”, lançado em
1994.
O álbum “Hall of Fame: A Tribute to Bob Marley’s 50th
Anniversary”, foi lançado em 1996, onde ele desfilava nada menos do que
cinquenta clássicos compostos pelo rei do reggae, por ele e Peter Tosh, nos
bons tempos de The Wailers. O seu 3º prêmio Grammy não poderia ter vindo em hora mais
apropriada, pois veio presentear o seu 50º aniversário. Também foi lançada a
sua biografia, com o nome de “Old Fire Sticks”, sob responsabilidade do
jornalista e pesquisador americano Roger Steffens, um nome que é garantia de
quantidade e qualidade de informação quando o assunto é reggae. Roger foi o que
mais conseguiu entrevistas com Bob Marley e com os grandes do reggae mundial.
Em 2012, Bunny fez parte do time que participa do
sensacional documentário de Kevin Macdonald que conta a história de Bob Marley,
da qual ele fez parte. Ele conta relatos emocionantes não só sobre Bob, mas sobre
a música reggae e o significado que ela tem, “como as batidas do coração”, é
demais, vale a pena conhecer.
Bunny sobreviveu aos contemporâneos quando a morte
violenta era um lugar comum. Do alto de seus quase 70 anos, ele é um dos
maiores do reggae mundial, sempre a lembrar aos seus companheiros da
importância das raízes na música. Um recado que parece estar sendo compreendido
pela nova geração do ritmo, atualmente empenhada a retomar o sentimento e a
arte original do reggae, mantendo o ritmo que tanto amamos como uma força viva
e atuante no cenário musical do terceiro milênio.
Ao vivo, Bunny Wailer se apresenta com a Solomonic
Reggaestra, literalmente uma orquestra do reggae com alguns componentes e
lendários músicos da história do gênero. Ao todo são nada menos que três
backing vocals, dois tecladistas, dois guitarristas, um trio de metais,
percussionista, baixista e baterista, além é claro do “frontman”, o lendário e
último Wailer vivo, que continua escrevendo a história do reggae – Bunny
Wailer.
Shows no
Brasil:
15/Nov –
Salvador (República do Reggae)
22/Nov – Belém (Complexo Ecológico Parque dos Igarapés)
Chamada Oficial Bunny Wailer no Brasil
Fonte:
http://www.reggaepeloreggae.com/bunny-wailer-lenda-do-reggae-desembarca-no-brasil-pela-primeira-vez/
http://wp.clicrbs.com.br/atlpop/destaquinho/bunny-wailer-o-ultimo-membro-original-do-the-wailers-vivo-pela-primeira-vez-no-brasil/?topo=52,1,1,,224,e224
Nenhum comentário:
Postar um comentário