Alpha Blondy
é o primeiro filho de uma família de nove filhos, foi criado por sua avó,
Cherie Coco, o menino ganhou dela o apelido Blondy, que vem da palavra “Bandit”
e é pronunciada em francês “Bondee”. O motivo era a sua rebeldia na
adolescência. Ele dizia que cresceu “entre os anciãos”, que mais tarde teve um
grande impacto na sua carreira.
Mais tarde,
Alpha Blondy foi juntar-se ao seu pai em Odienné, Costa do Marfim, onde passou
10 anos, vindo a frequentar a Faculdade Sainte Elisabeth, se envolvendo no
movimento dos estudantes da Costa do Marfim. Aqui ele formou uma banda, mas
esse passatempo afetou a sua escolaridade. Em 1972 ele acabou expulso devido a
fraca assiduidade. Seus pais em seguida o enviaram para estudar em Monrovia, um
país vizinho da Libéria, ele passou treze meses por lá, onde terminou os
estudos e aprendeu o inglês muito bem, o que fez com que Blondy decidisse se
mudar para Nova York, Estados Unidos. Ele estudou inglês no Hunter College em
Nova York, e mais tarde no programa americano da Columbia University Language,
ele queria se tornar um professor de inglês. Alpha Blondy teve que trabalhar em
tempo integral, muitas vezes à noite.
Em Nova York,
Blondy conheceu pela primeira vez o Movimento Rastafari, através de concertos
de artistas jamaicanos como o lendário Burning Spear. A paixão pela música o
levou a começar a cantar em alguns grupos locais. A possibilidade de gravar um
disco solo apareceu quando ele conheceu um famoso produtor, Clive Hunt, que
deixou Blondy cheio de esperanças, mas não cumpriu sua palavra. Eventualmente
ele começou a sofrer alguns tropeços em Nova York, o cantor entrou em depressão
e resolveu voltar para a Costa do Marfim, onde os problemas continuaram, mesmo
perto da família, as crises nervosas o levaram a passar quase dois anos em uma
clínica psiquiátrica. Alpha Blondy sofreu vários problemas psicológicos, em
decorrência se envolveu no uso de drogas pesadas, esteve internado no final da
década de 70, ele tentou suicídio no final de 1992 em Paris, mas pouco se sabe
sobre esses problemas.
As coisas
começaram a mudar no início dos anos 80, quando ele encontrou um de seus amigos
de infância, Fulgence Kassi, que havia se tornado um produtor de televisão. Ele
foi convidado a participar de um programa na TV, e este foi o início de sua
carreira como cantor e ele passou a usar o nome “Alpha Blondy”. Essa
participação o ajudou a gravar o primeiro disco, “Jah Glory” (1982), que se tornou
um grande sucesso, sendo mais tarde um símbolo de resistência pelas letras
sobre a violência da policia. Algumas letras foram baseadas na experiência
pessoal de Blondy, por ter vivido e visto de perto a violência.
Alpha Blondy
se tornou uma grande estrela em Abidjan, com o seu próprio toque africano na
música reggae, o seu estilo era chamado de “a re-interpretação do reggae
jamaicano” e se espalhou também pela Europa. Alpha Blondy é espiritual,
político e positivo como o próprio Marley, gravou até um cover de “War” (La
Guerre), canção famosa de Bob Marley. Ele não para de progredir, a fim de
alcançar mais pessoas com a sua mensagem, que ele canta em vários idiomas: a
sua língua nativa – dioula, inglês, francês, baoule, árabe, hebraico. Mais
tarde ainda traria novos instrumentos para sua marca de reggae, como o violino
e o violoncelo.
Após o
sucesso de um EP intitulado “Rasta Poué”, com quatro canções, que colocou um
hit na Europa, ele se sentiu encorajado em sair novamente da África. O seu
destino foi Paris, onde ele assinou com a “Pathé-Marconi” (EMI) e gravou o seu
segundo disco, “Cocody Rock” (1984). A faixa titulo do álbum foi gravada na
Jamaica com a banda de Bob Marley: The Wailers.
Depois de uma
turnê, Blondy retornou para casa e dedicou-se a produção de um novo disco,
“Apartheid is Nazism” (Apartheid é Nazismo), que saiu em 1985. Este álbum foi
mais politicamente comprometido do que nunca, é uma chamada para o fim do
Apartheid e a liberdade para todos, ainda com a canção “Jesus Come Back”, em
que tratava de assuntos místicos.
Em 1986,
Alpha Blondy gravou sua obra-prima, “Jerusalem”, no lendário “Tuff Gong
Studios” na Jamaica e com a banda de Bob Marley, The Wailers. Blondy tentou
promover a unidade entre as religiões do Islã, Judaísmo e Cristianismo. Em um
concerto para muçulmanos causou uma polêmica e críticos o chamaram de
provocador, o cantor se defendeu dizendo que “acreditava ter uma missão pessoal
de restaurar a harmonia entre as religiões”. Ele tirou os seus argumentos e
inspiração de seu próprio conhecimento diverso na Bíblia, Alcorão e o Torah.
Ainda nesse ano ele cantou em hebraico durante um concerto no Marrocos.
Em 1987,
Alpha Blondy lançou seu álbum “Revolution”, que tinha um som mais leve, canções
mais melódicas, com violinos e violoncelos. As criticas vieram pesadas em cima
de uma faixa, “Jah Houphouët Parle”, que durava mais de dez minutos, e trazia o
discurso do novo presidente da Costa do Marfim, com o mínimo de ruído por traz
do discurso.
Apesar de
dois bons meses de turnê nos Estados Unidos, uma segunda turnê pela França foi
cancelada devido um impasse entre ele e o contratante, que dizia que Blondy
sempre atrasava os shows, e ele decidiu voltar para casa. Blondy passou os anos
entre 1987 e 1989 gravando e fazendo concertos em Abidjan, lá lançou um novo
disco, “The Prophets”, desta vez independente, sem a gravadora Pathé-Marconi,
que ele acreditava negligenciar o mercado africano. Outro disco promovido por
ele nesse período sem a gravadora da qual estava se distanciando, foi “SOS Guerre
Tribale”, e seu sucesso se restringiu ao continente de origem, mais isso não ia
parar Blondy, que em 1991 retornou à Europa.
O retorno ao
mercado internacional foi em grande estilo, com o disco “Mesada” em 1992. O
novo álbum contou com a ajuda de lendas musicais, com Bocana Maiga e o produtor
de reggae Dennis Bovell. O álbum com seu hit single “Rendez Vous”, foi um
enorme sucesso, lançado em 50 países, que mais tarde recebeu Disco de Ouro
Duplo em Paris, o primeiro de Alpha Blondy.
Após a longa
e cansativa turnê pela Europa, Blondy entrou em uma grave crise de depressão e
foi internado em uma instituição de psiquiatria para ajuda ao tentar suicídio.
No final de 1993, já recuperado, o músico retornou a profissão e gravou o álbum
“Dieu” (Deus), onde ele aparece mais espiritual e religioso, em faixas como
“Heal Me”, que fala sobre sua doença e recuperação. O tratamento de Blondy
continuou, devido os problemas psicológicos, até a sua volta em 10 de dezembro
de 1994, no aniversário de um ano em memória do falecido presidente da Costa do
Marfim, Houphouët-Boigny.
Em 1996, com
uma compilação contendo grandes sucessos de Alpha Blondy, ele voltou às paradas
musicais da Europa, e voltou também aos estúdios para gravar o seu novo álbum,
“Grand Bassan Zion Rock”, cantado em varias línguas: francês, inglês, árabe e
dialetos africanos.
Após dois
anos em Paris, em 1998 Blondy voltou a sua terra natal. Com base em seu sucesso
internacional, ele decidiu criar a sua própria gravadora, desde então gravou
álbuns e singles como, “Yitzhak Rabin” (1998), em memória do primeiro-ministro
israelense que foi assassinado em 1995 (este foi acompanhado por mais uma turnê
cansativa pela Europa). Lançou o single “Jounaliste en Danger”, do álbum
seguinte, “Elohim” (1999).
Em 2002,
Alpha Blondy comemorou 20 anos como um artista de gravação, com o lançamento do
ótimo álbum “Merci”, que lhe rendeu uma indicação ao Grammy Awards em 2003,
para “Melhor Álbum de Reggae”. No entanto, devido à situação política em seu
país de origem, Costa do Marfim, ele foi incapaz de atender pessoalmente a
cerimônia de premiação. Em 2003, Alpha Blondy fez três shows no Brasil para a
divulgação do disco “Essential 2003”, uma coletânea.
Em 2005, foi
lançado Akwaba: The Best Of, reunindo grandes sucessos da carreira do cantor e
participações de nomes como Laster Bilal, Magic System, Neg Morrons, UB40,
Cocody Rock e Mokobé. Destaque para as novas versões de faixas como “Sweet
Fanta Diallo”, “Cocody Rock” e “Yana De Fohi”.
Em julho de
2007 foi lançado o álbum “Jah Victory”. No álbum tocam Sly Dunbar na bateria e
Robbie Shakespeare no baixo, bem como Tyrone Downie nos teclados, anteriormente
de Bob Marley & The Wailers. “Jah Victory” é uma homenagem ao acordo de paz
que foi alcançado e implementado na Costa do Marfim em março de 2007. Entre as
canções de sucesso está a belíssima “I Wish You Were Here”.
No dia 19 de
julho de 2009, Alpha Blondy realizou um concerto no Central Park de Nova York,
diante de uma multidão de muitos nativos africanos, jamaicanos e americanos. Em
13 de junho de 2010, foi realizado um concerto diante de outra multidão, dessa
vez realizado na Costa do Marfim, sua terra natal, para celebrar a paz e a
unidade do país. Um incidente aconteceu nesse show e pelo menos 20 pessoas
ficaram feridas, das quais 2 morreram. No mesmo mês em 27 de junho, ele fez
outro grande show em Parkpop, Haia, Holanda. Onde substituiu Snoop Dogg e
Beenie Man. Alpha Blondy também foi uma importante influência para outros
artistas do reggae africano.
Após quatro
anos do triunfal “Jah Victory”, Alpha Blondy lançou em abril de 2011 o álbum
“Vision”, mantendo-o nos trilhos da vitória. O álbum é o protótipo inspirado do
artista que não adormece a sombra do sucesso, e procura recriar-se a cada
temporada em estúdio. A soma de instrumentos africanos como a “Kora”, o devolve
a um espaço de encontro com a sua terra, que na verdade ele nunca abandonou, o
álbum é uma mescla de tradição com modernidade, uma obra em que se pode confiar
e de consistência plena em uma discografia gorda, que recentemente ganhou mais
um titulo, o álbum “Mystic Power”.
O álbum foi lançado em março de 2013, trazendo o som clássico de Alpha Blondy com um toque a mais de modernidade em algumas faixas, em outras um reggae mais leve como na música “Ouarzazate”, ainda com de uma versão de “I Shot The Sheriff” na versão “J’ai tué Lê Comissaire”, já que Alpha Blondy não esconde a sua inspiração e admiração pelo som de Bob Marley & The Wailers.
O álbum foi lançado em março de 2013, trazendo o som clássico de Alpha Blondy com um toque a mais de modernidade em algumas faixas, em outras um reggae mais leve como na música “Ouarzazate”, ainda com de uma versão de “I Shot The Sheriff” na versão “J’ai tué Lê Comissaire”, já que Alpha Blondy não esconde a sua inspiração e admiração pelo som de Bob Marley & The Wailers.
Alpha Blondy
nasceu de uma mãe muçulmana e de um pai cristão, foi criado por uma avó que lhe
ensinou a respeitar e amar a todos. Alpha Blondy respeita todas as religiões e
espiritualidade, que podem ser ouvidas em músicas como, “God is One” e
“Jerusalem”, onde ele cantou pela unidade entre todas as religiões e pessoas,
em 1986. Seydou Koné (Alpha Blondy) foi nomeado embaixador das Nações Unidas de
Paz para a Costa do Marfim em 2005. Ele fez grandes esforços para conseguir uma
solução pacífica para a divisão política e física de seu país, que foi
resultado de uma tentativa de golpe em 2001. Em março de 2007, um acordo de paz
foi assinado e implementado, devido ao trabalho árduo de muitas pessoas,
incluindo Alpha Blondy.
Seu trabalho
se estende a recém criada instituição que não tem fins lucrativos, não
governamental e não de caridade política, a “Alpha Blondy Glory Foundation”,
que deliberadamente trabalha para acabar com a injustiça social e a pobreza,
dando as pessoas às ferramentas que elas precisam para ajudarem a si mesmas. A
fundação se esforça para criar e implementar programas em nível de aldeia, tais
como o “Programa de Micro Empréstimo Auto Suficiência para Mulheres”, que
ensina mulheres que cuidam de órfãos a iniciarem e gerenciarem seu próprio
negócio, para melhor sustentar as suas famílias. Outros projetos como o “Camp
Retreat Tafari-Gênesis para a Infância” (Costa do Marfim e Burkina Faso), que
especialmente espera trazer alegria e esperança as crianças que foram afetadas
por guerras civis, ex-crianças soldados, e aqueles que sofrem de doenças
crônicas e que tem a vida em risco, como anemia falciforme, malária, asma, etc.
Quando se
fala em Alpha Blondy, as pessoas pensam geralmente em sua música, que de fato
existe desde 1980, onde ele escreveu pelo menos 18 álbuns em mais de 200
títulos. Isso por si só indica o grande valor que ele representa para os seus
fãs pelo mundo. Mas Alpha Blondy não é só mais uma estrela da Costa do Marfim
ou da música reggae, mas uma mega estrela internacional por causa da sua luta
pela paz, liberdade e unidade em todo o mundo. Alpha Blondy participou de muitos
concertos humanitários e de caridade, como concertos no Senegal em março de
2006 para a erradicação da malária na África (Onde ele apareceu juntamente com
outras celebridades). Ele tem feito muito, mas muito desse tipo de trabalho na
Costa do Marfim, especialmente em seu concerto anual gratuito na praia de
Bassan, chamado “Party”.
Alpha Blondy
construiu uma obra de respeito, mesmo sofrendo de sérios problemas psicológicos
ele se mostrou forte e vencedor, encontrando na música uma forte arma contra a
violência e desigualdade. Seu reggae africano está há mais de três décadas
percorrendo o mundo com mensagens de paz e denuncias de guerras civis na
África. Alpha Blondy é uma estrela do reggae de primeira magnitude.
“Minhas
canções são realmente todas canções de amor. Quando eu falo sobre Deus, eu
converso sobre o amor divino, quando eu falo sobre politicagem, tendo vindo
junto fazer mudanças para a geração futura, além disso é um caminho para a
propagação do amor. Eu penso que o mundo precisa, e nós temos que dar chance as
nossas crianças – por uma geração futura” – “O que a geração futura da África
precisa, é uma unidade além das considerações tribais”. – Alpha Blondy
Fonte:
www.discodigital.sapo.pt/new.asp?id_news=42605
Muito bom ,pra mim a.melhor istoria ja contada sobre o reggae,parabêns
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