Um dos fundadores dos Wailers, formando o trio principal
do grupo com Bob Marley e Bunny “Wailer” Livingston. Seu trabalho com a banda e
álbuns solo como “Equal Rights” ajudaram a tornar o reggae um sucesso
internacional. Sempre franco e desafiador, era conhecido por denunciar o
Apartheid, a corrupção governamental e pedir a legalização da maconha. Colegas
e fãs classificam o guitarrista e cantor esguio como um artista hipnotizante e
carismático. Ele é Winston Hubert McIntosh, mais conhecido como Peter Tosh!
Peter Tosh nasceu no dia 19 de outubro de 1944, em uma
comunidade pobre de Westernmost, Jamaica. Embora seu pavio curto o metesse
frequentemente em confusões, o jovem McIntosh começou a cantar e a tocar
guitarra bem cedo, inspirado pelas estações americanas que ele conseguia
sintonizar em seu rádio.
Aos 15 anos ele se mudou para Kingston, capital da
Jamaica. Não demoro muito e conheceu Bob Marley e Bunny Wailer, era o começo de
uma grande amizade que os viria a se juntar mais tarde como um trio vocal. O
trio começou a se aventurar na música e Tosh, sendo o único com algum
conhecimento de voz e instrumentos, ensinou os princípios básicos aos dois
companheiros. Surgia assim no inicio da década de 60, o “Wailing Wailers”, que
em 1965 já tinha nada menos que cinco músicas na parada de Top 10 da Jamaica. Em
1966, quando Bob Marley retornou dos Estados Unidos, os três passaram a se
envolver com o Movimento Rastafári, mudando o nome da banda para “The Wailers”.
A boa aceitação do público e das rádios despertou o
interesse de Chris Blackwell, um dos fundadores e presidente da Island Records,
que assinou contrato com o The Wailers em 1972. O contrato rendeu o lançamento
do primeiro disco da banda, o “Catch a Fire” (1973), que tinha Peter Tosh no
vocal em “Stop That Train” e “400 Years”. No mesmo ano eles ainda lançaram
outro grande disco, “Burnin’”. A carreira da banda começou a deslanchar, eles
abriram shows de grandes nomes da música, como Marvin Gaye e The Jackson Five.
Ainda em 1973, Tosh se envolveu em um grave acidente, onde o seu carro caiu de
uma ponte, matando sua namorada e deixando Tosh com uma grave fratura no
crânio.
Em 1974, após imposições da gravadora, o nome do grupo
mudou para “Bob Marley & The Wailers”, na mesma época eles estavam em
turnês gratuitas para promover a banda na Europa e Estados Unidos, mas devido
ao pouco valor e tratamento que a gravadora dava a eles, Peter Tosh e Bunny
Wailer, que também tinham potencial para o vocal, acabaram deixando a banda.
Eles achavam que eram injustiçados por Chris Blackwell, a quem Tosh considerava
“pior que os brancos”.
Dois anos depois, em 1976, Tosh lançou o seu primeiro
disco solo, o “Legalize It”. O hit que intitulava o LP rapidamente tornou-se um
hino a favor da liberação da maconha. O controverso hit foi imediatamente
proibido nas estações de rádio jamaicanas, mesmo assim foi um dos discos mais
vendidos da historia da música jamaicana. Em 1977, Tosh lançou o disco “Equal
Rights”, tentando obter reconhecimento das massas e mantendo seu ponto de vista
militante.
Tosh além de ser um dos pioneiros do Reggae/SKA, era
conhecido pela sua militância, por ser bem instruído, não ficava calado diante
de injustiças e fatos que não o agradavam, o que frequentemente o colocava em
confusões. Tosh foi possivelmente a figura mais controversa do reggae.
Em 1978, durante um show no “One Love Peace Concert”, ele
acusou publicamente os lideres jamaicanos e a classe media de apoiarem a
brutalidade da policia e as guerras entre gangues, num lendário discurso de 20
minutos. Peter Tosh foi agredido violentamente pela policia (confirmando o seu
discurso), a mídia do país criticou duramente o seu discurso, diante de 200
jornalistas estrangeiros e o primeiro-ministro. Tosh apanhou da policia em
varias ocasiões, ganhando 32 pontos na cabeça, uma costela quebrada, um braço
fraturado e uma perfuração no baço, nesse incidente de 1978, dizem que ele
apanhou quase até a morte. O que nunca o impediu de falar o que pensava e
denunciar injustiças.
Após o fato, Peter Tosh saiu de seu país, rumo aos
Estados Unidos. Mick Jagger, admirador do músico, o convidou para se afiliar a
editora Rolling Stones, desta colaboração foi lançado o disco “Bush Doctor”,
com um dueto entre os dois. Eric Clapton também era um grande fã do jamaicano e
os dois gravaram juntos a música “Watch You Gonna Do”.
Em 1981, Tosh Lançou o disco “Mama Africa”, que inclui a
brilhante canção que dá nome ao disco e claro, a conhecidíssima “Johnny B
Good”, uma versão do clássico de Chuck Berry. Dois anos depois, Tosh embarcou
para a África em busca de ajuda espiritual, onde passou quatro anos fazendo
alguns shows, mas sem nenhuma gravação inédita. Após esse período entre 1983 à
1987, Tosh lançou o disco “No Nuclear War”, que lhe rendeu um Prêmio Grammy de
“Melhor Álbum Reggae do Ano”. Tosh estava de volta a cena musical, seu novo disco
além do Prêmio Grammy, teve boa aceitação. Mas, infelizmente, no dia 11 de
setembro daquele ano, aos 42 anos, Tosh foi assassinado em sua casa. Sempre se
falou em assalto, mas para um homem que era monitorado pela CIA, a sua morte
era muito suspeita, pois foi provado que a CIA monitorava Peter Tosh, além de
outros cantores rastas que tinham muita influência sobre as pessoas como Bob
Marley.
A verdadeira causa do assassinato nunca foi revelada, nada
foi roubado da sua casa naquele dia, o rasta tomou seis tiros na cabeça. O que
a justiça aceitou foi que seria um assalto a fim de dinheiro do cantor. A
policia prendeu um tal de Dennis “Leppo” Lobban, um bandido raso, que está preso até hoje, e nunca mais se falou sobre o caso.
Enquanto Bob Marley revolucionava a música com sua
mensagem de “positive vibrations”, Peter Tosh era mais radical, ele ficou
famoso pela frase: “não queremos paz, queremos justiça e direitos iguais”. “The
stepping razor”, como era chamado, Peter Tosh continua vivo em sua música que
ficou como legado para o mundo. Em 2012, 25 anos após sua morte, Peter Tosh foi
homenageado pelo governo jamaicano por suas contribuições para a cultura do
país. A filha do músico e compositor, Niambe, professora em Boston, nos Estados
Unidos, recebeu a “Ordem ao Mérito” póstuma, em nome de sue pai, a terceira
maior honraria do país.
Seu ex-empresário, Herbie Miller, que também é curador do
Museu de Música da Jamaica, diz que a homenagem demorou a ser feita. Há anos
ele defendia entre políticos jamaicanos que o valor de Peter Tosh fosse
reconhecido. “Quando você defende a verdade, os direitos e ataca o sistema, o
reconhecimento do governo demora a aparecer”, disse.
Roger Steffens, um conhecido historiador do reggae, que
entrevistou Tosh em várias ocasiões, embora que para o músico, prêmios da
“Babilônia” (termo utilizado pelos Rastafáris para definir o mundo ocidental e
as realidades inadequadas da vida), não faziam sentido. Como Marley, Tosh
acreditava que “a Babilônia não dá frutos” e prêmios dos opressores não tinha
valor. Se os últimos 25 anos teriam amaciado Tosh ou o tornado ainda mais
militante, é difícil de prever, avalia Steffens, que descrevia Tosh como o
“Malcon X do Reggae”.
Mas para a família de Tosh, a cerimonia de premiação foi
um grande acontecimento. Andrew Tosh, veterano músico que tinha 20 anos quando
o pai foi morto, disse que o prêmio ajudara a manter vivo o legado cultural da
lenda do reggae.
Peter Tosh era uma pedra no sapato das autoridades.
Falava mas que a boca, agitava
massas, tinha apelo popular e um desdém da politica vigente que assustava o poder. Por isso foi perseguido, talvez o mistério que envolva a sua morte nunca seja revelado.
massas, tinha apelo popular e um desdém da politica vigente que assustava o poder. Por isso foi perseguido, talvez o mistério que envolva a sua morte nunca seja revelado.
Muita gente achou que a voz de um dos maiores revolucionários
da música mundial tinha sido calada com o seu assassinato. No entanto sua obra
continua viva no dia a dia de milhares de mentes que questionam o sistema em
que vivemos. O mundo do jeito que esta já era escrito por Peter Tosh desde a
década de 60. Para um nome como Tosh, seria irônico desejar vida longa, pois
ele “pixou os muros da babilônia” e deixou palavras e pensamentos verdadeiros
para a ETERNIDADE.
Fonte:
www.lastfm.com.br/music/Peter+Tosh/+wiki
Fantástico , Qualidade , Militante por causas populares ,mas não idiotas , com sentido de mudança pensante E-mail + carlosbicu@hotmail.com , sou admirador !!!!!
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